terça-feira, 15 de novembro de 2011

PANORAMA DA GEOGRAFIA BRASILEIRA


Aconteceu na Lista de Geografia:

A PERGUNTA:

De: Benjamim Pereira Vilela
Para: "listageografia@yahoogrupos.com.br"
Assunto: Panorama atual da geografia Brasileira

Prezados,

Escrevo-lhes para fazer um questionamento sobre o panorama da geografia brasileira (o que está estudando? Quais a principais correntes teórico - metodológicas?). Tal questionamento foi por colegas, tentei responder mas gostaria de ouvir mais pessoas...

Obrigado.

Benjamim

A RESPOSTA:

De: Fábio Adorno Espósito
Para: listageografia@yahoogrupos.com.br
Assunto: Re: Panorama atual da geografia Brasileira

Caro colega,

Utilizarei para caracterizar a atual geografia brasileira os mesmos termos utilizados pelo físico Tony Rothman sobre a internet, em seu livro "Tudo é relativo": a atual geografia brasileira tem "a largura de uma galáxia, e a profundidade de um dedo".
Falamos sobre tudo (aquíferos, psicologia, imagens de satélite, relações homoafetivas, política rasteira), mas com a presunção de que podemos ignorar as ciências que melhor estudam certos assuntos em nome do "fim das fronteiras disciplinares" e do poder de nossas "territorialidades", "espacialidades" e outros conceitos bambos.
E não satisfeitos em estudar tudo, o todo, as múltiplas "percepções" de cada um e de todos, queremos ampliar um pouco mais nossos objetos (d)e estudos.
Ah, também temos o curioso hábito de deixar que outros profissionais façam nossas obrigações (como descrever paisagens, coletar dados de campo, produzir mapas temáticos de qualidade, etc.) de forma incompleta (afinal não são geógrafos), porque somos superiores e modernos demais para estas simplicidades "tradicionais", "cartesianas" e "deterministas".
Enfim, a atual panorama da geografia brasileira é tão vasto, esplêndido, multidisciplinar e livre que nem eu, nem você, tampouco seus colegas temos a capacidade de compreender, quanto mais de explicar

Abraços,

Fábio Adorno Espósito

Santas palavras, Fábio!

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

PARA QUE SERVE UM ZONEAMENTO?


O zoneamento ambiental ou ecológico-econômico é um dos instrumentos da política ambiental brasileira. Suas bases foram firmadas pelos artigos 21, alínea IX, 25, § 3º e 182, § 1º, da Constituição Federal de 1988, pela Lei federal 6938/81, artigo 9o, inciso II, e pelo Decreto 4297/2002, que a regulamenta.
No caso do artigo 21 da Constituição Federal, a gestão ambiental do território brasileiro deve ser articulada para um mesmo complexo ambiental e socioeconômico, buscando a redução das desigualdades e o desenvolvimento sustentável. No artigo 25, § 3º, está a ênfase a organização ao planejamento das cidades. O artigo 183 estabelece a obrigatoriedade aos municípios de mais de vinte mil habitantes a instituírem o Plano Diretor. Não está explícito que o Plano Diretor deve conter o zoneamento, mas implicitamente o zoneamento está contido na expressão ordenamento da cidade tendo “por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes”, como descrito do caput do citado artigo.
A definição dada pela Lei 6.938/81 é a de que o “zoneamento ambiental é uma integração sistemática interdisciplinar da análise ambiental ao planejamento do uso do solo, com o objetivo de definir a gestão dos recursos ambientais” O zoneamento dá suporte à tomada de decisões no planejamento e gestão territorial, seja sob a ótica econômica, social, ecológica ou cultural. É uma forma de compartimentar o espaço geográfico, segundo critérios objetivos, baseados nas suas peculiaridades e dinâmicas. Estes estudos dever ser voltado para o entendimento dos processos de ocupação, desenvolvimento e apropriação dos recursos de um dado território.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

NÃO CONHEÇO ESQUERDISTA QUE NÃO MUDE

Este post é uma gentileza de Lucivânio Jatobá. Com sua permissão reproduzo aqui o que ele nos disponibilizou na Lista de Geografia.
Ivanildo Vila Nova é um dos mais insignes repentistas do Nordeste brasileiro. Um sertanejo simples, mas de uma mente privilegiada. Deram-lhe um mote , que dizia assim: "Não conheço esquerdista que não mude quando pega nas rédeas do poder." Na hora, de maneira genial, ele fez o desafio, com a viola na mão...
Vejam a canção ( repente) que ele fez.

NÃO CONHEÇO ESQUERDISTA QUE NÃO MUDE, QUANDO PEGA NAS RÉDEAS DO PODER (IVANILDO VILA NOVA)
 
Radical se transforma em moderado
Se quiser jogar bem no outro time
Ou acopla-se aos moldes do regime
Ou por outra depois tu é cassado
Quando não, ele fica deslumbrado
Com mulheres, passeios e prazer,
Mordomia, jetom, luxo e lazer,
Tudo isso é efêmero, mas ilude,
Não conheço esquerdista que não mude
Quando pega nas rédeas do poder.

O ministro, o prefeito, o deputado
Com direito a chofer e secretária,
Segurança, assessor, estagiária,
Gabinete com ar condicionado,
Vai lembrar-se do proletariado,
Com favela e cortiço pra viver?!
Ou será que não vai se aborrecer
Com esgoto, favela, mofo e grude?
Não conheço esquerdista que não mude
Quando pega nas rédeas do poder


E o mártir que tem convicção
De arriscar sua vida, seu emprego,
A família, o futuro e o sossego
Por um povo, um projeto, uma nação.
Um Sandino tentou mas foi em vão,
Um Guevara esforçou-se por fazer,
Hoje em dia é difícil aparecer
Marighela, Lamarca ou Robin Hood.
Não conheço esquerdista que não mude
Quando pega nas rédeas do poder.


Que fará um sujeito agitador,
Bóia-fria, sem-terra, piqueteiro,
Camarada, comuna, companheiro,
Se um dia tornar-se senador?
Vindo até se eleger governador,
Qual será o seu novo proceder?
Vai mudar, vai mentir ou vai manter
As promessas que fez de forma rude?
Não conheço esquerdista que não mude
Quando pega nas rédeas do poder


Quem tem honra, da mesma não se aparta,
É querer liberdade pra o Nordeste,
É Xanana Gusmão do Timor Leste
Enfrentando os exércitos de Jacarta,
Boutros Ghali primando pela Carta
Que o Pentágono queria prescrever,
É qualquer palestino a combater
Um Netanyahu ou um Ehud.
Não conheço esquerdista que não mude
Quando pega nas rédeas do poder.
No período que o adolescente
Quer mudar o planeta e o País
Através dos arroubos juvenis,
Vira líder, orador e dirigente.
Mas se um dia ele vira presidente
O que foi nunca mais poderá ser.
Aí diz que o remédio é esquecer
As loucuras que fez na juventude.
Não conheço esquerdista que não mude
Quando pega nas rédeas do poder.


Todo jovem a princípio é sectário,
Atuante grevista e condutor
Exaltado, anti-yankee, pregador,
Um perfeito revolucionário.
Cresce, casa, se torna secretário
E aí o que trata de fazer?
Leva logo a família a conhecer
Disneylândia, Washington e Hollywood.
Não conheço esquerdista que não mude
Quando pega nas rédeas do poder.


Quem vivia de luta e de vigília,
Invasão, pichamento e barricada,
Através disso aí fez uma escada
Pra chegar aos tapetes de Brasília,
Vai pensar no progresso da família
E o que faz pra do posto não descer.
Nunca falta quem queira se vender,
Sempre acha um covarde que lhe ajude.
Não conheço esquerdista que não mude
Quando pega nas rédeas do poder.


Dirigido não é o dirigente,
Dominante não é o dominado,
Se quem vive debaixo é revoltado
Quando sobe ele fica diferente.
Compreendo a fraqueza dessa gente
Submissa ao desejo de vencer,
Mordomias nunca mais quer perder,
Quem sou eu pra ser dono da virtude
Não conheço esquerdista que não mude
Quando pega nas rédeas do poder.


Eu já vi muita gente amarelar
Por pressão, covardia ou por dinheiro.
Jornalista, cantor e violeiro,
Metalúrgico, político e militar.
Só Luís Carlos Prestes foi sem par,
Defendeu sua tese até morrer.
E Gregório Bezerra sem temer
Levou seus ideais ao ataúde.
Não conheço esquerdista que não mude
Quando pega nas rédeas do poder.


* Ivanildo Vila Nova é advogado, poeta e cantador repentista. É o autor da letra de "Nordeste Independente", música gravada por Elba Ramalho, sucesso de público e de crítica.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

BICENTENÁRIO DE CAXIAS



Estava imaginando como iria homenagear Caxias nos seus 200 anos sem resvalar para o lugar-comum das saudações bajulatórias. Estava na rodoviária de Teresina, esperando um parente, quando resolvi comprar o jornal "Diário do Povo" para matar o tempo. Qual não foi minha surpresa ao me deparar com o texto do Prof. Fonseca Neto, historiador, professor do curso de História da UFPI e membro da Academia Caxiense de Letras.

Li com avidez e resolvi publicá-lo AQUI. Escaneei a página do jornal conforme manda o figurino. Pode ser utilizado como citação. Leiam e comentem!

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

PROFISSÃO: GEÓGRAFO


Segundo o CREA, a legislação vigente e o currículo de algumas faculdades e universidades habilitam o geógrafo a atuar nas seguintes áreas:

a) Ambiental

• Elaboração de Estudos e Relatórios de Impacto Ambiental (EIAs e RIMAs);
• Avaliações, pareceres, laudos técnicos, perícias e gerenciamento de recursos naturais;
• Plano e Relatório de Controle Ambiental (PCA e RCA);
• Monitoramento Ambiental

b) Planejamento
• Planos diretores urbanos, rurais e regionais;
• Ordenamento territorial;
• Elaboração e gerenciamento de Cadastros Rurais e Urbanos;
• Implantação e gerenciamento de Sistemas de Informações Geográficas (SIG);
• Estruturação e reestruturação dos sistemas de circulação de pessoas, bens e serviços;
• Pesquisa de mercado e intercâmbio regional e inter-regional;
• Delimitação e caracterização de regiões para planejamento;
• Estudos populacionais e geoeconômicos.

c) Cartografia

• Mapeamento Básico;
• Mapeamento Temático;
• Cartografia Urbana;
• Delimitação do espaço territorial municipal, distrital, regional;
• Cartas de declividade e perfil de relevo;
• Cálculo de áreas;
• Transformação e cálculo de escalas;
• Locação de pontos ou áreas por coordenadas geográficas;
• Interpretação de fotografias aéreas e imagens de satélite;
• Geoprocessamento e cartografia digital.d) Hidrografia
 • Delimitação e Plano de Manejo de Bacias Hidrográficas;
• Avaliação e estudo do potencial de recursos hídricos;
• Controle de escoamento, erosão e assoreamento dos cursos d’água.

e) Meio Físico

• Caracterização do Meio Físico;
• Planos de recuperação de áreas degradadas;
• Estudos e pesquisas geomorfológicas;
• Climatologia;
• Cálculo de energia do relevo.


f) Turismo

• Levantamento do potencial turístico;
• Projetos e serviços de turismo ecológico (identificação de trilhas);
• Gerenciamento de pólos turísticos.
Para tornar-se um profissional da Geografia (magistério ou técnico) é necessário possuir algumas aptidões, tais como: capacidade de ler e interpretar variados documentos (paisagens, fotografias, imagens de radar, cenas orbitais, mapas, gráficos, tabelas, textos); raciocínio analítico e sintético; mentalidade científica; desejo de ser útil à sociedade; gosto e disponibilidade para os trabalhos de campo; sensibilidade para as questões relacionadas aos processos de produção do espaço (questões ambientais, sociais, econômicas, políticas e culturais).
Dentre os conteúdos básicos para a formação do Geógrafo destacam-se:


• Planejamento Territorial e Ambiental;
• Cartografia;
• Topografia;
• Hidrografia;
• Biogeografia;
• Sensoriamento Remoto e Aerofotointerpretação;
• Climatologia;
• Planejamento Rural e Urbano;
• Geografia Econômica;
• Ecologia;
• Geomorfologia.

Este post foi copiado de um e-mail envidado para a Lista de Geografia por:

Paulo Marques
Geógrafo - Analista Ambiental / CREA: 16838/D-GO
Mestrando em Geotecnia /EEC -UFG
Especialista em Projetos Ambientais e Culturais - UF
Departamento Técnico - Geoprocessamento e Meio Físico.
 
A foto da caneca veio DAQUI.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

MUDANDO PARADIGMAS NA EDUCAÇÃO

O modelo de educação hoje dominante no Brasil e no mundo prepara realmente os estudantes para o futuro?
Esta palestra tenta lançar uma luz sobre o assunto, de forma criativa e divertida, sem deixar de ser verdadeira.

RESGATANDO VELHOS CONCEITOS PARA O FUTURO DA CIDADE

Estamos compartilhando este vídeo que trata do transporte urbano em São Luís. E se trocássemos o nome São Luís pelo da cidade em que vivemos, faria muita diferença?
Comentem!

Resgatando velhos conceitos para o futuro da cidade: caso de estudo São Luís. from Cidade Ideia on Vimeo.


Encontrei este vídeo AQUI.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

BRASILEIRO RECLAMA DO QUÊ?


Este texto circula na internet há tempos. Obrigado à Rosane Gomes que publicou o texto na Lista de Geografia. Concordando ou não com o que está escrito, deve se reconher que ele suscita uma reflexão: o que estou fazendo para melhorar o mundo em que vivo? Gandhi traz a resposta ao dizer que "se o mundo está como está, lembre-se que nele existem pessoas como você". Leiam e reflitam!

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Tá reclamando do Lula? Do Serra? Da Dilma? Do Arruda? Do Sarney? Do Collor? Do Renan? Do Palocci? Do Delúbio? Da Roseanne Sarney? Dos politicos distritais de Brasilia? Do Kassab? Dos mais 300 picaretas do Congresso?
Brasileiro reclama do que?
O brasileiro é assim:
1) Coloca nome em trabalho que não fez.
2) Coloca nome de colega que faltou em lista de presença.
3) Paga para alguém fazer seus trabalhos.
4) Saqueia cargas de veí­culos acidentados nas estradas.
5) Estaciona nas calçadas, muitas vezes debaixo de placas proibitivas.
6) Suborna ou tenta subornar quando é pego cometendo infração.
7) Troca voto por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, e até dentadura.
8) Fala no celular enquanto dirige.
9) Usa o telefone da empresa onde trabalha para ligar para o celular dos amigos (me dá um toque que eu retorno...) assim o amigo não gasta nada.
10) Trafega pela direita nos acostamentos num congestionamento.
11) Para em filas duplas, triplas, em frente as escolas.
12) Viola a lei do silêncio.
13) Dirige após consumir bebida alcoólica.
14) Fura filas nos bancos (e outras), utilizando-se das mais esfarrapadas desculpas.
15) Espalha churrasqueira, mesas, nas calçadas.
16) Pega atestado médico sem estar doente, só para faltar ao trabalho.
17) Faz "gato" de luz, de água e de tv a cabo.
18) Registra imóveis no cartório num valor abaixo do comprado, muitas vezes irrisórios, só para pagar menos impostos.
19) Compra recibo para abater na declaração de renda para pagar menos imposto.
20) Muda a cor da pele para ingressar na universidade através do sistema de cotas.
21) Quando viaja a serviço pela empresa, se o almoço custou 10, pede nota fiscal de 20.
22) Comercializa objetos doados nessas campanhas de catástrofes.
23) Estaciona em vagas exclusivas para deficientes.
24) Adultera o velocí­metro do carro para vendê-lo como se fosse pouco rodado.
25) Compra produtos piratas com a plena consciência de que são piratas.
26) Substitui o catalisador do carro por um que só tem a casca.
27) Diminui a idade do filho para que este passe por baixo da roleta do ônibus, sem pagar passagem.
28) Emplaca o carro fora do seu domicí­lio para pagar menos IPVA.
29) Frequenta os caça-ní­queis e faz uma fezinha no jogo de bicho.
30) Leva das empresas onde trabalha, pequenos objetos, como clipes, envelopes, canetas, lápis... como se isso não fosse roubo.
31) Comercializa os vales-transporte e vales-refeição que recebe das empresas onde trabalha.
32) Falsifica tudo, tudo mesmo... só não falsifica aquilo que ainda não foi inventado.
33) Quando volta do exterior, nunca diz a verdade quando o fiscal aduaneiro pergunta o que traz na bagagem.
34) Quando encontra algum objeto perdido, na maioria das vezes não devolve.

E quer que os políticos sejam honestos...

Escandaliza-se com o mensalão, o dinheiro na cueca, a farra das passagens aéreas...
Esses polí­ticos que aí­ estão saíram do meio desse mesmo povo, ou não?
Brasileiro reclama do que, afinal?
E é a mais pura verdade, isso que é o pior! Então sugiro adotarmos uma mudança de comportamento, começando por nós mesmos, onde for necessário! Vamos dar o bom exemplo!
"Fala-se tanto da necessidade deixar um planeta melhor para os nossos filhos e esquece-se da urgência de deixarmos filhos melhores (educados, honestos, dignos, éticos, responsáveis) para o nosso planeta, através dos nossos exemplos..."

Colhemos o que plantamos! A mudançaa deve começar dentro de nós, nossas casas, nossos valores, nossas atitudes.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Metodos e Tecnicas de Pesquisa em Geomorfologia


Mais uma das aulas disponibilizadas por mim no http://www.slideshare.net.
Encontrei esta aula no mesmo site, dei uma modificada e a recoloquei lá de volta.
Espero que auxilie meus colegas em suas aulas.

RELEVO - Elemento da Paisagem Urbana

Funções do relevo urbano:
    Localização
    Valores: simbólicos e paisagísticos

RELEVO Y EMPLAZAMIENTO URBANO

Manuais franceses de Geografia Urbana:
Relevo como determinante na localização;
Papel defensivo;
Isolava das inundações – primeiras elevações; margem côncava dos rios; terrenos planos – agricultura.
Maior aproveitamento do sol – zonas temperadas e árticas.

Mediterrâneo:

Descontinuidades litológicas (fontes de água);
Relevo suaviza as temperaturas;
Cuidado para não se afastar dos vales (água, comunicações, terras boas para cultivo)
Vantagens desaparecem com a Revolução Industrial:
A cidade passou a ocupar áreas planas para facilitar a ocupação e expansão;

Evolução dos transportes;

Desenvolvimento urbano;
Avanços técnicos – tratamento de zonas planas (“aterros são avanços”); defesa contra inundações.

EL RELIEVE: VALOR SIMBOLICO

La funcion referencial

Relevo como elemento diferenciador da paisagem
Marcos físicos – o relevo urbano, enquanto elemento natural da cidade, se percebe como único, como uma singularidade e por sua magnitude (altura, extensão,...) e fisionomia.
Elementos singulares construídos
Elementos naturais: capacidade referencial; formam a paisagem.

Rios – Sevilha, Zaragoza, Caxias;
Praias – cidades litorâneas;
Penínsulas – Santander;
Montes – Barcelona.

Função Referencial: Intraurbana e Extraurbana

La funcion simbólica

Na cidade pré-industrial – metáfora de poder (dominância): frente ao território;
Zonas mais altas – prédios públicos; prédios religiosos (Ex. I. de são Benedito)
Motivos específicos:
    Defensivos – militares;
    Místicos – religiosos

Raciocínios simbólicos:

Superioridade da localização elevada
Segurança;
Intimidade – símbolo nascido com a massificação urbana; zonas mais vigiadas (segurança privada); inacessibilidade – poucas estradas, amplitude dos espaços; mais distantes da insegurança urbana;
Contato com a natureza – relevos urbanizados; aspirações recentes; sensação de superioridade e status social; simbolismo da posição elevada

La función representativa

Imanência (o que está inseparavelmente contida na natureza de um ser).

Relevo:
    permanece, apesar do tempo;
    símbolo da cidade em si mesma;
    mais que simbolismo  representatividade – categoria maior de simbolismo;
    define melhor a cidade.

EL RELIEVE Y LAS NUEVAS DEMANDAS URBANAS

Incremento do valor do relevo como espaço emblemático.

1. El relieve com pulmón de la ciudad.

Relevo:
Zona verde – Espanha: área repovoada com coníferas; RJ – Floresta da Tijuca;
Contribuição estritamente visual, pois interrompe o contínuo urbano construído;
Uso público – melhoria do ambiente atmosférico;
Deve sua criação a critérios de atuação de ordem estética sobre elementos emblemáticos da cidade, com a intenção de realçar determinados espaços.

2. El relieve como demanda residencial – la vuelta al emplaziamento

Cidade pós-indutrial ou terceirizada;
Retomada da importância do relevo:
Zona litorânea
    Turismo
    2ª residência
    Residências de alto nível
   Combina mundo urbano com mundo rural (retorno) – EUA: anos 1950
   (“Este processo constitui um dos elementos mais peculiares da recente expansão urbana”):
   Viver em densidades baixas;
    Residências isoladas;
    Preeminência sobre o entorno;
    Possessão de agradáveis vistas;
    Representa um modo de vida mais “natural”.

LA NECESSIDAD DE LA PROTECION

Lynch (1974): a qualidade paisagística de uma urbe se fundamenta em sua legibilidade:
Marcos (determinam a percepção da cidade pelos indivíduos):
    Abundância;
    Melhores condições;
    Maior qualidade paisagística

O planejamento municipal deve cuidar da proteção integração desta elevações:

Ameaças
    Ocupação de encostas pelas moradias;
    Usos recreativos intensivos;
    Incêndios florestais;
    Localização de equipamentos;
    Redução do efeito paisagístico.

Fonte:
MERIDA RODRIGUEZ, M. El relieve como elemento del paisaje urbano. Anales de Geografia de la U. Complutense. N. 15, 1995. 465-473.

RELEVO - PROCESSOS ENDOGENÉTICOS

Postei estas aulas no http://www.slideshare.net em novembro de 2009. Já foram visualizadas mais de 5 mil vezes. Por conta desse "sucesso" estou postando-as novamente para que mais pessoas possam utilizá-las diretamente do blog.
Espero que vocês possam aprender algo com estes slides:

AULA I

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

25 POSTAGENS E DICAS


Há tempos sem postar (e sem tempo para postar) coisas novas e interessantes, resolvi trazer à minha meia dúzia de leitores uma coletânea de postagens no Twitter. A maioria são minhas. Uma ou outra de uma rapaziada fera em geoprocessamento e a quem sigo, diria que religiosamente, no TT.

Ultimamente voltei-me um pouco mais para essa ferramenta por conta de sua simplicidade e agilidade. Caso queiram seguir-me no TT, clique aqui.
Espero que você, leitores, aproveitem as valiosas dicas de textos, vídeos e conteúdos interativos aqui disponibilizados. 

1. Assis Araújo - Técnicas elementares de orientação: http://www.coc.pt/textos/tecnicas_elementares_de_orientacao.pdf
2. Edmar Moretti - Você sabe o que é geoprocessamento? (Ciência Hoje das crianças): http://chc.cienciahoje.uol.com.br/noticias/2011/agosto/voce-sabe-o-que-e-geoprocessamento
3. Assis Araújo - Iniciando em Geoprocessamento? Veja: http://www.cartografia.eng.br/index.php. Site antigo, compacto e amplo e muito didático.
4. Assis Araújo - Sobre Arcgis, apesar de pouco atualizado, sugiro uma visita ao site do http://gabrielortiz.com/
5. Assis Araújo - De onde vem a água do rio? Resposta (científica, clara e poética): http://cantacantos.com.br/blog/?p=9597
6. Anderson Medeiros - Coletânea de Referências Conceituais sobre Topografia e Geotecnologias: http://andersonmedeiros.wordpress.com/2010/09/20/conceitos-topografia/
7. Luís Lopes - Extrair coordenadas X,Y pelo ArcToolbox - http://geoluislopes.blogspot.com/2010/11/extrair-coordenadas-xy-pelo-arctoolbox.html
8.  Arlete Meneguette - Comunicação e Geografia: da Cartografia Tradicional aos mapas colaborativos na Internet: http://poscom.tempsite.ws/wp-content/uploads/2011/05/Leonardo-Branco-Lima.pdf
9. Assis Araujo – Acessem http://cartageografica.blogspot.com/ do @geojcarlos. Vale a visita.
10. Assis Araujo - Baixe o livro "Interpretation of landforms from aerial photographs": http://www.for.gov.bc.ca/hfd/pubs/docs/mr/Mr056.htm
11. Assis Araujo - Bibliografia sobre mapeamento geomorfológico: http://www.geomorphology.at/images/jan/bibliography%20geomapping%20v3.pdf
12. Assis Araújo - Aula sobre mapeamento geomorfológico (excelente): http://www.4shared.com/document/IhSCDm6f/Aula3_Mapeamento_Geomorfolgico.htm
13. Assis Araujo - Atlas interativo do Nordeste: http://www.nctn.crn2.inpe.br/terraviewweb/terraWeb/bin/terraWeb.html
19. Assis Araujo - Faça você mesmo - Dados do Censo 2010 através de mapas online: http://www.censo2010.ibge.gov.br/sinopseporsetores/
20. Assis Araujo - Página Dinâmica para Aprendizado do Sensoriamento Remoto: http://www6.ufrgs.br/engcart/PDASR/
21.Assis Araújo - Excelente material para as aulas de geografia e demografia - http://pt.scribd.com/doc/61464420/As-transicoes-da-populacao-brasileira
22. Assis Araujo - Comparando área coberta por uma imagem: http://biodiversityinformatics.amnh.org/tool.php?content_id=148
24. Assis Araujo - Comparando escalas de diversos sensores: http://biodiversityinformatics.amnh.org/tool.php?content_id=144
25. Assis Araujo - Como compor uma imagem MODIS, ASTER ou LANDSAT: http://biodiversityinformatics.amnh.org/tool.php?content_id=141



domingo, 17 de julho de 2011

O Maranhão sem remédio


Deu na Veja:

“A história ajuda a explicar a pobreza recalcitrante do Maranhão. Em 2005, uma faculdade controlada pela família do ex-deputado Paulo Marinho comprou um terreno, no leste do estado, por 32 000 reais. Quatro anos depois, a área foi desapropriada pela governadora Roseana Sarney para a construção de um hospital. O governo maranhense pagou 3 milhões de reais, o que constitui uma estonteante valorização de 9 275%. Até agora, contudo, o estado não conseguiu a posse do terreno, porque ele foi penhorado pela Justiça por causa de dívidas fiscais do antigo dono. Roseana não sabia?”[grifo nosso].

quinta-feira, 7 de julho de 2011

USO DE IMAGENS E MAPAS DO GOOGLE


Milhões de pessoas acessam o Google Maps diariamente sem atentar para os termos de uso de imagens do Google. Uma troca de e-mails na lista de discussão do Arcgis-Brasil deixou-me curioso . Fui dar uma olhada e aí está. Atentem bem para isso:
Termos de Serviço para o Google Maps
Ao usar o Google Maps e quaisquer dados ou informações acessadas no Google Maps, você concorda em submeter-se aos nossosTermos de Serviço da Google, bem como a estes termos e condições adicionais. Para usuários individuais, o Google Maps, incluindo os resultados de pesquisas locais, os mapas e as imagens fotográficas, estão disponíveis apenas para uso pessoal, não comercial.
Imagens fotográficas
As imagens fotográficas disponibilizadas para exibição por meio do Google Maps são fornecidas sob uma licença não exclusiva e não transferível, para serem utilizadas apenas por você. Você não pode utilizar as imagens em nenhum ambiente comercial ou empresarial nem para nenhum fim comercial ou empresarial para você mesmo ou para terceiros.
Você não pode copiar, fazer engenharia reversa, descompilar, desmontar, traduzir, modificar ou fazer trabalhos com as imagens, no todo ou em parte. Você também não pode alugar, divulgar, publicar, vender, atribuir, arrendar, sublicenciar, comercializar ou transferir as imagens ou qualquer parte das mesmas ou utilizá-las de qualquer maneira que não seja expressamente autorizada por este Termo de Uso.

Tenho visto inúmeros trabalhos, incluindo os meus, utilizando essa ferramenta talvez por considerar que o que se encontra na rede é peixe, oops, é livre. Não é!
Vou repensar isso.
E você?

terça-feira, 5 de julho de 2011

quinta-feira, 9 de junho de 2011

REDAÇÃO CIENTÍFICA - SUGESTÕES

A pesquisa científica pode ser, de forma simplificada, dividida em três etapas: a identificação do problema, a execução dos experimentos (ou pesquisa bibliográfica) e, por último, a comunicação dos resultados à comunidade científica.
O aluno recebe um volume muito grande de informações durante a graduação, mas raramente é exposto ao aprendizado da arte de comunicar seu conhecimento, seja na forma de apresentação oral, como seminários, ou escrita, como monografias, relatórios, etc. Assim, afora os problemas pessoais de timidez e fobias a público, temos uma dificuldade adicional em enfrentar esta questão por falta de treinamento.


O ARTIGO CIENTÍFICO.


Pode-se definir um artigo científico como um trabalho escrito e publicado em revista ou documento disponível à comunidade científica descrevendo resultados originais de pesquisa, de modo que outras pessoas possam repetir os experimentos (ou pesquisa bibliográfica) e avaliar os resultados.


PLANEJAMENTO DO ARTIGO


1. Encontre o tema
• Veja o que existe na literatura (uma boa revisão é fundamental)
• Acompanhe a evolução das questões/ assuntos/controvérsias em torno do tema
• Onde encontrar literatura relevante: introduções bem feitas de artigos publicados fornecem um bom roteiro
Pergunte-se:
• O assunto é interessante?
• Já existe trabalho em andamento na área ?
• Quais são as questões ainda não resolvidas?
• Minhas aptidões são adequadas à tarefa?
2. Lance uma indagação
• Por que esses autores não estão de acordo?
• Parece que ninguém tentou...
3. Faça a pesquisa
No dia-a-dia - Seja claro:
• Ao formular sua indagação (a razão da pesquisa ou experimento)
• Ao planejar as etapas para respondê-la (o método)
• Ao ler as respostas (análise dos resultados)
• Concentre-se, concentre-se, concentre-se em tudo que estiver fazendo
Seja seu crítico mais severo
• Desafie suas suposições
• Não se contente com o particular, busque o caráter geral
• Investigue a firmeza de seus resultados


LINGUAGEM E ESTILO


4. Escreva tendo em mente um público-alvo.
O ideal é um público que:
• Conheça a literatura
• Seja cético, mas tenha boa-vontade para se deixar convencer
Inclua o essencial, nada mais:
• O problema que motivou a pesquisa (Torne-o interessante)
• Encaixe sua contribuição dentro da literatura existente
• Detalhe seu trabalho: seja claro, mas evite o óbvio
• Use linguagem simples, direta, de preferência usando-se voz passiva, evitando-se expressões como “concluímos”, “fizemos”, etc.
• Títulos muito longos e detalhados devem ser evitados, assim como expressões muito conhecidas “efeito de”, influência de”, etc.

Sua redação está horrível?
Busque ajuda.


PARTES COMPONENTES DE UM ARTIGO


5. Introdução. Deve expor a importância e relevância do assunto estudado. Ressaltar o motivo da escolha do tema e sua importância, e no último parágrafo explicitar o objetivo do trabalho.
6. Material e Métodos. Descrever detalhada-mente todos os passos da pesquisa, de modo que outras pessoas possam repeti-la. Evitar detalhes supérfluos.
7. Resultados e Discussão. Dar uma idéia geral dos resultados, apresentar os dados e, por fim, a discussão. Evitar afirmações que não possam ser sustentadas pelos dados obtidos. Evitar expressões como “os dados sugerem” ou “a análise dos dados mostram” porque personificam coisas inanimadas.
8. Agradecimentos. Faz parte da vida civilizada agradecer a toda ajuda significativa recebida na execução do trabalho, como por exemplo, na interpretação dos dados e revisão do manuscrito. Muitas vezes, um agradecimento pode substituir perfeitamente uma co-autoria.
9. Literatura citada. Listar as referências relevantes publicadas sobre o assunto e todas aquelas referências contidas no corpo do trabalho. Na medida do possível, evitar a citação de dados não publicados.
10. Tabelas e figuras. Devem ser relevantes e indispensáveis à compreensão e interpretação do artigo. Devem ser compreensíveis mesmo sem a leitura do texto. Evite o abuso deste recurso: quanto menos ilustrações, melhor. As legendas e cabeçalhos devem ser claros e completos para evitar confusão.
11. Leitura e compreensão. A leitura atenta de artigos científicos ajuda o aluno a compreender melhor o significado de uma comunicação científica. Para auxiliar nesta leitura preparamos algumas perguntas genéricas:

1. O título resume a problemática tratada no artigo? Que outro título você daria?
2. Quem são os autores e onde eles trabalham?
3. O resumo apresentou a idéia principal do trabalho desenvolvido e a conclusão alcançada?
4. Na introdução foram apresentadas a motivação e a relevância científica deste trabalho?
5. Quais as técnicas e as metodologias utilizadas neste trabalho? É possível reproduzir o trabalho descrito partindo das informações contidas na parte experimental? Foram utilizadas metodologias descritas na literatura científica?
6. Os resultados são apresentados com texto explicativo sobre os gráficos e tabelas?
7. A discussão é baseada em comparação com a literatura científica e/ou baseada no tratamento estatístico dos dados?
8. Quantas referências foram utilizadas no trabalho? Em que seção elas foram chamadas? Qual o ano da mais nova e da mais antiga? Os autores citaram artigos deles mesmos?

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Escrever e publicar um artigo implica em responsabilidade perante a comunidade cientifica e a sociedade em geral. Na verdade, cada vez que o pesquisador divulga seu trabalho, está colocando em jogo sua reputação profissional. Ale´m disso, a publicação de informações inexatas ou erradas é um desserviço à Ciência, promovendo e aumentando a confusão na literatura. Um trabalho bem escrito e com mérito científico é duradouro, o que pode ser considerado também como uma vitória pessoal, obtida com considerável esforço intelectual.

AVISO AOS NAVEGANTES
Redigi este texto em 2002, com o intuito de orientar meus alunos e estou compartilhando só agora (2011).

1. Grande parte dessas informações, foi retirada, à vezes textualmente (como a introdução e as considerações finais), do excelente artigo:  HENZ, Gilmar P. Redação científica: a difícil arte de divulgar resultados. Rev. Horticultura Brasileira. 11(2), novembro 1993.
2. Vale consultar a bibliografia que o autor sugere.
3. As questões, com leves modificações, foram obtidas no site do Prof. Moita do Curso de Química da Ufpi (www.ufpi.br/quimica/jmoita)







sexta-feira, 11 de março de 2011

HILGARD O'REILLY STERNBERG - Lembranças de Aluno


Um Discípulo. Um senhor discípulo. Foi aluno de Richard Joel Russell, mestre de muitos que se dedicaram à Geografia, ex-presidente das duas principais entidades de Geociências dos Estados Unidos: Association of American Geographers e Geological Society of America. Doutor pela Louisiana State University em 1956, Doutor pela Universidade do Brasil (atual UFRJ) em 1958. Doutor Honoris Causa pela Universidade de Toulouse em 1964. Há muito tempo conhecido mundialmente como o Geógrafo do Brasil, por ser esse país o centro de seus ininterruptos e relevantes estudos.

Um Geógrafo. Um senhor geógrafo. Suas aulas e seus trabalhos sobre o neo-tectonismo na Amazônia, as secas no Nordeste e as enchentes no Vale do Paraíba são atuais e devem ser lidos por geógrafos e não geógrafos, para que sintam o peso das décadas de imprevidência e desrespeito quanto às nossas condições geográficas.

Um Professor. Um senhor professor. Desenhava blocos diagrama no quadro negro, há mais de cinqüenta anos, sintetizando as condições geomorfológicas do Sertão Nordestino, para os alunos da primeira turma do então recém criado Curso de Geografia da Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil. Alguns daqueles alunos usam esse bloco diagrama até hoje em suas aulas e não esqueceram o que aprenderam sobre a Geografia do Brasil, sua cátedra. Outros seus alunos têm suas carreiras marcadas por realizações brilhantes, como Maria do Carmo Correa Galvão e Bertha Koiffman Becker.
Hilgard O`Reilly Sternberg, com 93 anos de idade, faleceu como Professor Emérito de uma das maiores universidades do mundo, a Universidade da Califórnia em Berkeley.

Texto Copiado de:
Jorge Xavier da Silva
Professor Emérito da UFRJ

Foto copiada de:

domingo, 20 de fevereiro de 2011

FICHA DE LEITURA 01

Imagem: http://migre.me/3UQli

Fiz "alguns" fichamentos de textos que utilizei, ou não, para minha pós. Escolherei alguns para dividir com minha "dúzia" de 4 ou 5 leitores visando divulgar/estimular a leitura do texto completo. Dos mais longos selecionarei apenas algumas frases e excluirei meus comentários. Eis o primeiro:

MAPEAMENTO GEOMORFOLÓGICO

ARGENTO, M. S. F. Mapeamento geomorfológico. In: Guerra, A.J.T. e Cunha, S. B. (org.) Geomorfologia: uma atualização de bases e conceitos. 3. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.p. 365-392.

1. Aplicabilidade dos Mapeamentos Temáticos em Geomorfologia

No contexto operacional, os mapeamentos geomorfológicos ainda não seguem um padrão predefinido, tanto em nível de escalas adotadas, como quanto a adoção de bases taxonômicas a elas referidas. Nesse ponto recai, essencialmente, a dificuldade de um critério padronizado para a elaboração de mapeamentos temáticos em bases geomorfológicas”. (p. 365-6)

A Geomorfologia serve de base para a compreensão das estruturas espaciais, não só em relação à natureza física dos fenômenos, como a natureza sócio-econômica dos mesmos”. (p. 366)

A utilização de tais mapas contribuirá, certamente, para a elucidação de problemas erosivos e deposicionais que, porventura, venham a ocorrer em áreas de grande extensão, assim como viabilizará, mediante entrecruzamentos com outros mapeamentos temáticos, a elaboração de cenários ambientais, como por exemplo, áreas de instabilidade de taludes e de erodibilidade, e ainda áreas de risco de movimento de massa e inundação”. (p. 367)

2. Diferentes Escalas de Detalhamento em Mapeamentos Geomorfológicos

Os planos diretores, sejam regionais, urbanos ou rurais, devem levar em consideração as limitações e as potencialidades dos recursos naturais relativos aos meios físicos, biótico e também às condições sócio-econômicas”. (p. 367-8)

O planejamento, tanto nas escalas regionais como nas de maior detalhamento, de maneira geral, não tem considerado as características impostas pelo meio físico, principalmente por não haver uma base de dados que atrele as diferentes escalas cartográficas com as respostas, no nível taxonômico”. (p. 368)

O grande potencial na aplicação de mapeamentos geomorfológicos está no interfaceamento com os projetos de planejamento da ocupação humana, com vistas à economia dos recursos investidos, mediante a prevenção de problemas futuros”. (p. 368)

As duas primeiras situações atendem, essencialmente, a produtos voltados ao planejamento regional ou a trabalhos de macrozoneamentos...” (p. 368)

DOMÍNIOS MORFOESTRUTURAIS – características geológicas (direções estruturais, controle de drenagem,...): cadeias dobradas, antigas geossinclinais, estruturas falhadas, maciços intrusivos e grandes derrames efusivos

REGIÕES GEOMORFOLÓGICAS – “compartimentação reconhecida em termos regionais”; “o fator clima é preponderante (…) associando processos geradores a formas resultantes”.

Segue legenda de mapeamento em escala regional: 1: 1.000.000; 1;500.000.

UNIDADES GEOMORFOLÓGICAS – para mapeamentos aferidos a uma escala de 1:50.000; arranjo de formas fisionomicamente semelhantes em seus tipos de modelados (geomorfogênese, fatores paleoclimáticos, comportamento da drenagem, condicionantes litológicos ou tectônicos, etc.). “(...) cabem como legenda: os tipos de drenagem (perene, intermitente), presença de lagoas e de represamentos; localização de anfiteatros, cristas assimétricas ou simétricas, escarpas de chapadas ou de blocos falhados, colos, patamares, topos, contato angular e/ou contato côncavo entre baixas vertentes e baixada, terraços, linhas de falésias, (...), talude de detritos, planícies fluviais, etc.

TIPOS DE MODELADOS – ideal para planejamento municipal; formas com similitude geométrica, gênese comum, generalização de processos morfogenéticos comuns. As quatro tipos prioritários:

o de acumulação: fluvial, marinha, fluviomarinha, lacustre, fluviolacustre, eólica, coluvial e de inundação;

o de aplainamento: pediplanos degradados;

o de dissecação: topos convexos, tabulares e aguçados, ravinamentos e voçorocamentos

o de dissolução (karst)

Para elaboração de mapeamento geomorfológicos por iniciantes, é aconselhado, em nível de metodologia, um primeiro contato com a base conceitual, buscando atrelar as formas resultantes aos processos geradores e modificadores dessas formas e à respectiva constituição do terreno e sua ocupação (uso do solo). Esse caminho facilitará, posteriormente, a delimitação dos polígonos nas diferentes escalas aqui preconizadas. Torna-se, ainda, importante o controle de campo no nível de todas as escalas de detalhamento a fim de se ter confiabilidade no produto final”. (p.383)

3. A Moderna Tecnologia em Mapeamentos Temáticos.

Parâmetros dos mapeamentos temáticos:

o Boa base conceitual em Geomorfologia;

o Escolha das legendas;

o Utilização do sensoriamento remoto e processamento digital (macro e mesoescalas);

o Uso de cartografia computadorizada.

“(…) para projetos de gerenciamento ambiental ou, até mesmo, de gestão territorial, o mapeamento temático em bases geomorfológicas, não necessita do emprego de uma refinada técnica cartográfica, já que a base dos diferentes planos de informação é ajustada aos mapas planialtimétricos, e esses, sim, devem ser elaborados segundo uma rígida base cartográfica. Este fato, no entanto, não implica fugir das regras cartográficas básicas afim de que se chegue a um produto que represente mapeamento geomorfológico confiável”. (p. 384)

A utilização de alguns softwares, com resolução, hoje em dia, se constitui numa ferramenta de trabalho muito usada para elaboração de mapas temáticos, como os geomorfológicos.” (p. 384). Menciona CAD, SGBD, MDT e PDI, “cada um, porém, tem sua função particular e suas pecuiaridades”.

4. Mapeamentos Geomorfológicos como Suporte ao Planejamento Ambiental

Projetos relacionados a planejamento ambiental tem contado com o suporte operacional de Sistemas de Informações Geográficas. A utilização dessa metodologia traz embutida a elaboração de um conjunto de carta temáticas, em que o mapeamento geomorfológico se traduz numa carta fundamental para ser entrecruzada a outros planos de informação e gerar cenários ambientais, quer no nível urbano, rural ou regional”. (p. 385)

“(...) os mapeamentos geomorfológicos saem do contexto academicista e se expandem ao nível de associação multidisciplinar, abrindo, com isso, possibilidades de ampliação do mercado de trabalho especializado”. (idem)

BOA LEITURA! Comentem!