sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

ALÉM DO GOOGLE MAPS

Para quem achava que o Google Maps era uma aplicação interessante, a Microsoft (Bing Maps) está preparando uma novidade surpreendente!
Vejam esse vídeo! 
Em subtitutles, abaixo da tela do vídeo, escolha o idioma das legendas.


domingo, 12 de dezembro de 2010

JORGE WILHEIM


Na minhas leituras sobre planejamento urbano deparei-me com "O Substantivo e o Adjetivo" de Jorge Wilheim. Tou lendo aos poucos, saboreando.
Virei fã do autor.
Jorge Wilheim nasceu na Itália em 1928 e aos 10 anos se mudou para São Paulo. Formou-se arquiteto em 1952 pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Abriu seu escritório no ano seguinte ao vencer o concurso de projetos para a Santa Casa de Jaú. A partir daí, foi convidado para assumir postos da administração pública.
Já participou da elaboração de mais de 20 planos diretores e foi secretário de Planejamento Urbano de São Paulo na gestão da Marta Suplicy (não o julguem por isso!).

Caso você queira conhecer um pouco mais desse importante arquiteto brasileiro veja este vídeo:

terça-feira, 23 de novembro de 2010

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

LIVROS RAROS E (LIVRO) GRÁTIS


Alguém disse que "toda dúvida se dissipa após uma hora de boa leitura" e eu acrescentaria "do livro certo". Nas minhas andanças pela net encontrei essas pérolas que agora reparto com vocês:
2. Annaes Historicos do Estado do Maranhão, de Bernardo P. de Berredo, publicado em 1849.
3. Introdução à Climatologia, Por Fillipe Tamiozzo Pereira Torres e Pedro José de Oliveira Machado.

Todos estão disponíveis em versão completa. Os dois primeiros, obras raríssimas e indispensáveis sobre o Maranhão, estão disponíveis somente para visualização e o terceiro para visualização e download (veja o nome PDF no canto superior direito).
Espero que essa dica chegue a tempo de contemplar as necessidades dos alunos que estão cursando Climatologia. Esse livro traz diversas classificações climáticas e a leitura é muito acessível e objetiva.
Cliquem no título.
"Quem lê enxerga mais longe".
Boa leitura.
Bom trabalho.

FORTUNA PIAUIENSE

Da série "Eu já sabia, mas não queria admitir":

Notícia publicada na coluna Radar de Lauro Jardim na Veja (24.11.2010):

A soma dos bens dos 22543 candidatos nas eleições 2010 alcançou 14,5 bilhões de reais. Os mais ricos não estão no eixo Rio-São Paulo-Minas. A liderança é de Mato Grosso (patrimônio médio de 2,1 milhões de reais por candidato), seguido do Piauí (1,7 milhão de reais) e Amazonas (1,3 milhão de reais).

Inevitável perguntar:
Eles vão defender os interesses de quem?

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

GEOMORFOLOGIA DO QUATERNÁRIO


Há tempos sem postar, daí lembrei de uns resumos que faço de vez em quando. Depois mando outros. Tem sempre alguém necessitando... Referencia: MOURA, J.R.S. _____. In: Guerra, A.J.T. e Cunha, S. B. (org.) Geomorfologia: uma atualização de bases e conceitos. 3. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.

GEOMORFOLOGIA DO QUATERNÁRIO

Josilda R. da Silva Moura

1. Quaternário: Período de Transformações Ambientais Recentes

O Quaternário um período marcado por quatro grande eras glaciais que produziram os mais variados efeitos nas taxas de deposição, na pedogênese, nos regimes fluviais, etc. Sendo assim, a análise geomorfológica dos ambientes atuais constitui a base para a compreensão da seqüência evolutiva da paisagem do passado geológico recente.

1.2. Originalidade do Período Quaternário: o Homem, as Variações Climáticas

Durante o Quaternário desenvolveu-se muito do que hoje representa a superfície da Terra além do surgimento do homem.

O termo Quaternário foi proposto por Desnoyers (1829) para diferenciar os estratos identificados sobre os sedimentos do terciário da Bacia de Paris, sendo redefinido por Reboull (1833) para incluir todos os estratos caracterizados por vestígios de flora e fauna, cujos similares poderiam ainda hoje ser encontrados em vida. Avanços significativos vieram coma Teoria Glacial de L. Agassiz (1840), sendo o primeiro a reconhecer haver existido uma época próxima caracterizada por significativa expansão geográfica das geleiras. O avanço das geleiras passa a explicar as mudanças climáticas recentes.

O Quaternário é a última divisão do tempo geológico e considera-se que o mesmo tenha tido início há 2 milhões de anos estendendo-se até o presente. Divide-se em duas épocas: Pleistoceno e Holoceno.

Os mais importantes avanços no conhecimento do Quaternário puderam ser obtidos com o desenvolvimento do método de datação pelo Carbono 14 e com a investigações dos fundos oceânicos que possuem registro sedimentar não perturbado e bastante extenso e quase contínuo de todo este período.

A teoria de Milankovitch (1941) é a mais aceita para explicar a regularidade e a freqüência das oscilações climáticas quaternárias. Ela atribui essas variações climáticas a mudanças periódicas de magnitudes variadas na órbita e no eixo terrestre.

1.3. Desafios Metodológicos no Estudo do Quaternário: as Limitações das Abordagens Convencionais, o Caráter Multiinterdisciplinar.

O estudo do Quaternário, por tratar do Meio Ambiente, tem caráter multidisciplinar.

O reconhecimento estratigráfico dos depósitos sedimentares Quaternários, tem representado um desafio em nível de metodologia que os distinga com a necessária precisão.

O estabelecimento de uma litoestratigrafia (estudo histórico de um corpo rochoso) quaternária é dificultada pelo caráter fragmentário do seu registro deposicional, pela freqüente similaridade composicional e recorrência de fácies.

A proposição de unidade climatoestratigráficas, em função da reconhecida natureza climática do período em questão, foi considerada subjetiva demais (variações climáticas inferidas a partir do caráter sedimentológico, fósseis e solos). A exagerada ênfase climática dada à questão tem subestimado os demais processos.

2. Relações entre Geomorfologia, Estratigrafia e Pedologia no Quaternário.

2.1.Aloestratigrafia.

Unidades aloestratigrágicas – são corpos sedimentares estratiformes, mapeáveis, definidos pelo reconhecimento de descontinuidades limitantes, distinguindo diferentes depósitos de litologia similar, superpostos, contíguos ou separados geograficamente.

Cada unidade aloestratigráfica definida representa um episódio sedimentar principal, produto de um evento de “instabilidade ambiental”, quando seriam produzidas mudanças efetivas na paisagem.

2.2.Morfoestratigrafia:Frye e Willman (1962) propuseram as unidades morfoestratigráficas como unidade operacionais que determinariam corpos sedimentares identificáveis primariamente pela forma apresentada na superfície, podendo-se distinguir ou não pela litologia e/ou idade das unidades adjacentes.Meis e Moura (1984) sugeriram que o conceito de morfoestratigrafia fosse restringido às condições em que seja possível detectar, com base na lito- ou aloestratigrafia, uma relação genética direta entre o depósito e a forma topográfica (ex: rampas de colúvio ou tálus).

2.3.Pedoestratigrafia:A estratigrafia dos solos, ordenação cronológica dos episódios pedológicos, tem importantes aplicações na reconstrução de paleoambientes e na interpretação de seqüências estratigráficas onde os solos e perfis de intemperismo ocorram.

Paleossolos são indicadores favoráveis, pelo menos em escala regional, à subdivisão e correlação de seqüências sedimentares quaternárias.

Unidades pedoestratigráficas:

“São solos cujas características físicas e relações estratigráficas asseguram seu reconhecimento e mapeamento como tal” (Mendes, 1971) .

“Corpos rochosos constituídos por um ou mais horizontes pedológicos desenvolvidos em uma ou mais unidades litoestratigráfica, aloestratigráficas ou litodêmicas, e que estão recobertos por uma ou mais unidades lito ou aloestratigráficas formalmente definidas” (N.A.C.S.N, 1983)

Pedoderma (Cód. Estrat. Australiano)– unidade de cobertura de solo mapeável, parcialmente truncada ou inteira, situada na superfície ou enterrada total ou parcialmente, que possui características físicas e relações estratigráficas que permitem reconhecimento e mapeamento consistentes”.

A estratigrafia do solo é uma poderosa aliada na determinação mais segura da seqüência os eventos ocorridos no Quaternário.

3. Geomorfologia do Quaternário Continental no Brasil

A literatura do Quaternário brasileiro aborda problemas ligados à cronologia da sedimentação, a reconstituição de páleoambientes e a cronologia de eventos baseada em oscilações climáticas e variações do nível do mar, entre outras.

No século atual as primeira tentativas de interpretação da evolução das paisagens do sudeste do Brasil fundamentaram-se em concepções dedutivas.

Mais tarde verifica-se uma preocupação com a delimitação dos grande domínios morfoclimáticos atuais e sua comparação com os testemunhos da evolução quaternária.

As formas topográficas chamadas terraços representaram os principais indicadores cronológicos para o estabelecimento da estratigrafia dos corpos aluviais de ocorrência fragmentária.

Nos últimos anos foram realizadas tentativas de estudo da gênese e da estratigrafia dos depósitos coluviais quaternários do planalto sudeste do Brasil .

Considerando que as seqüências deposicionais constituem o único registro material da história evolutiva, a associação entre forma e depósito configura-se como instrumento imprescindível para a interpretação da dinâmica ambiental.

4. Geomorfologia do Quaternário Aplicada ao Planejamento Ambiental no Sudeste do Brasil

A elaboração de modelos de evolução da paisagem que possam ser adaptados às condições específicas de cada região deve buscar uma integração entre a Estratigrafia (estudo dos materiais deposicionais), a Geomorfologia (estudo das formas do relevo), a Pedologia (tipos de solos) e até a Palinologia (estudo dos pólens). Esses modelos facilitam na compreensão do problemas e na elaboração de políticas de planejamento, manejo e recuperação de área degradadas.

As feições geométricas e a distribuição espacial das unidades deposicionais constituem o produto da evolução da paisagem, representando o principal fator condicionante da distribuição dos processos atuais.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

CLIMAS DO MARANHÃO


Continuando com a publicação dos textos digitalizados do Atlas do Maranhão (IBGE, 1984) , estamos disponibilizando o texto sobre os climas maranhenses, segundo a classificação de Thornthwaite & Mather. Para saber mais sobre classificação climática acesse este LINK. Para baixar o texto clique AQUI.

domingo, 8 de agosto de 2010

COMO E POR QUE ESTUDAR?


Cada início de período traz-nos apreensão. Não sabemos que desafios nos esperam, assim como não sabemos muito como superá-los. Esperamos, mais uma vez, que esse período seja melhor que o anterior. Que os alunos estudem mais e mais. Esperamos (ou sonhamos) que eles nos superem. Preocupado com o desempenho dos alunos, selecionamos uns poucos sites e algumas frases de pensadores e personalidades célebres que tratem da questão. Pretendemos provocar em todos os que lerem este post um pouco de reflexão de nosso papel na sociedade atual e futura.

Sites (clique no título):

Estudar para o sucesso ou estudar para ser feliz?

Como e Porque Estudar

Porque Estudar Geografia

FRASES (DE PESSOAS) CÉLEBRES:

Mário Quintana:

Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não lêem .

Albert Einstein:

O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.

É a teoria que decide o que podemos observar.

Procure ser um homem de valor, em vez de procurar ser um homem de sucesso.

Temos o destino que merecemos. O nosso destino está de acordo com os nossos méritos.

Quem nunca errou nunca experimentou nada novo.

Oscar Wilde:

A cada bela impressão que causamos, conquistamos um inimigo. Para ser popular é indispensável ser medíocre.

Aqueles que não fazem nada estão sempre dispostos a criticar os que fazem algo.

Confúcio:

Se queres prever o futuro, estuda o passado.

A preguiça caminha tão devagar, que a pobreza não tem dificuldade em a alcançar.

Saber o que é correto e não o fazer é falta de coragem.

O homem de palavra fácil e personalidade agradável raras vezes é homem de bem.

Mil dias não bastam para aprender o bem; mas para aprender o mal, uma hora é demais.

Pensar sem aprender torna-nos caprichosos, e aprender sem pensar é um desastre.

De nada vale tentar ajudar aqueles que não se ajudam a si mesmos.

As frases foram colhidas do no site - http://www.pensador.info/

sexta-feira, 16 de julho de 2010

COMO ESCREVER MONOGRAFIAS.


Escrever é um drama. Contemplar a "folha" em branco enquanto as idéias somem é um terror. Destravar o torniquete do braço para que as idéias contidas no cérebro cheguem à ponta dos dedos que digitam é uma tarefa quase impossível. Na internet circula um texto de Mario Prata ("Uma tese é uma tese") que retrata bem o cotidiano de pessoas que como eu, e tantos outros, estão às voltas com um texto de graduação ou de pós. Hoje postaram (Ulisses Denache) um link na lista de Geografia do Yahoo que pode ajudar muita gente. São os materiais das disciplinas da pós em Ciência do Sistema Terrestre do INPE que neste post repasso aos interessados: clique AQUI. Baixei e li alguns slides de Metodologia Científica e posso afirmar que são ótimos. Façam bom proveito. A ilustração é de Ale Araujo (Estudio Chanceler)

quarta-feira, 14 de julho de 2010

ATINGIMOS MAIS DE 2.000 ACESSOS!


Amigos internautas-geógrafos,

Superamos os 2 mil acessos. É uma alegria muito grande saber que um trabalho tão despretensioso, mas sério, como o nosso teve tão boa acolhida. Parabéns a todos nós que fazemos esta comunidade. Obrigado ao Claubert que iniciou o blog e a todos, alunos e amigos, que acessaram e baixaram os arquivos aqui disponibilizados.
Vamos á luta. A luta continua.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

GEOLOGIA DO MARANHÃO I


Retomamos a publicação dos textos do Atlas do Maranhão como havíamos feito anteriormente. A fonte é a mesma. Boa leitura.

GEOLOGIA DO MARANHÃO

A posição intracratônica do Meio-Norte (Maranhão – Piauí) favoreceu a formação de uma estrutura geológica sedimentar, constituindo vasta bacia cuja gênese está ligada as transgressões e regressões marinhas, combinadas com movimentos subsidentes e arqueamentos ocorridos desde o início do Paleozóico ao final do Mesozóico. Durante os movimentos negativos eram depositados sedimentos marinhos, acumulando-se arenitos, folhelhos e calcário, enquanto que durante os movimentos epirogênicos positivos depositaram-se sedimentos basálticos de origem continental.

Aguiar (1969) estudando a área concluiu que a Bacia Piauí - Maranhão, teve sua origem a partir da subsidência do “craton” ao longo de três eixos principais: o eixo Marajó de direção SE, infletindo depois para leste a partir do centro do Estado do Maranhão; outro eixo com direção SE passando próximo a Floriano e Santa Filomena e um terceiro com direção NE.

O ciclo de deposição marinha começou no Siluriano, continuando-se pelo Devoniano Inferior, Médio e Superior e terminou no Carbonífero Inferior com a Formação Poti que apresenta ao lado da fácies marinha, sedimentação continental. Essa parte da bacia sedimentar encontra-se em território piauiense, com muito pequena ocorrência da Formação Poti na região de Barão de Grajaú, no médio Parnaíba.

A parte maranhense da bacia corresponde ao Carbonífero Superior de fácies mista (marinha, lacustre, fluvial), ao Permiano predominantemente de fácies continental muito variável (Formação Pedra de Fogo) e ao Mesozóico, cujos sedimentos apresentam espessura variável. No período Triássico os depósitos continentais denunciam climas áridos ou semi-áridos.

No Juro-Cretáceo houve uma atividade ígnea ascenderam formando diques, derrames, “sills”, e pequenos lacolitos que deformaram localmente as camadas sedimentares. Ocorrem associados aos arenitos Sambaíba (Triássico) e se espalharam na parte central do geossinclinal, estendendo-se desde o oeste de Grajaú – Fortaleza do Nogueiras ao Tocantins. Tais ocorrências, por sua extensão, apresentam um interesse agrícola local devido à maior fertilidade de seus solos, quando comparada a dos demais do território maranhense.

Depois do período de atividade ígnea a deposição continental prosseguiu no centro – sul da bacia e a marinha começou nas partes central e noroeste (Formação Grajaú), continuando no Cretáceo Superior em áreas baixas do centro da bacia (Formação Codó).

Ainda durante o período Juro – Cretáceo movimentos tectônicos provocaram a formação de um “horst” de direção aproximada leste - oeste, denominado pelos geólogos Arco Ferrer- Urbano Santos, responsável pelos afloramentos de rochas pré-cambrianas, mais importantes na área do Gurupi, e pela fragmentação da grande bacia sedimentar, dando origem às bacias epicontinentais de São Luís e Barreirinhas.

A bacia de barreirinhas limita-se a oeste pelo “horst” de Rosário que a separa da bacia de São Luís; seu limite sul é dado pelo Arco Ferrer-Urbano Santos, estendendo-se em seguida para o oceano> sua espessura máxima é de 7.000 metros e ocupa uma área de 85.000 quilômetros quadrados, dos quais 75.000 são submersos.

No território maranhense tem-se do período Cenozóico (Plioceno – Pleisteceno) a extensa deposição de sedimentos continentais (Formação Barreiras) sobretudo, no nordeste do Estado e mantos detríticos areno-argilosos, recobrindo algumas pequenas áreas do centro sul do Estado.

O quaternário (Holoceno) é representado pelos depósitos litorâneos marinhos e depósitos eólicos, muito extensos na região de Barreirinhas - Humberto de Campos e por aluviões flúvio - marinhos do golfo maranhense e do estuário do rio Turiaçu.

As camadas sedimentares, de modo geral, se apresentam quase horizontais, com declives insignificantes para o norte, originado uma topografia tabular ou subtabular.

O sistema de falhas afeta, principalmente, a área meridional da Bacia do Maranhão, correspondente às formações permianas e triássicas e obedece às direções NW e NE. É um sistema incipiente quando comparado ao da Bacia do Paraná, pois não sofreu um tectonismo tão intenso.

Na área do Gurupi também é constatado um sistema de falhas, onde os esforços epirogênicos, provavelmente, reativaram antigas falhas originadas pelos movimentos responsáveis pela formação do Arco Ferrer – Urbano Santos.

As fraturas mais numerosas afetam, de forma indiscriminada, todas as formações geológicas até os terrenos terciários de Barreiras. Seguem direções variadas, influindo localmente na direção dos rios.

GEOLOGIA DO MARANHÃO II

I. CARACTERÍSITICAS DAS UNIDADES GEOLÓGICAS

Complexo Cristalino Indiviso

Aflora em pequenas faixas isoladas do baixo rio Gurupi e ao norte do Estado, no baixo rio Itapecuru. È constituído por rochas metamórficas predominando os migmatitos, gnaisses, quartzitos, anfibolitos, granitos e calcário cristalinos, localmente marmorizados. Sua idade é superior a 2.000 M.A.

Gupo Gurupi

O conjunto de rochas deste grupo apresenta-se com um alto grau de alteração, intensamente dobradas. O eixo das dobras esta orientado preferencialmente, na direção nordeste – sul - sudoeste.
Na sua composição predominam os filitos e xistos, cortados indiscriminadamente por veios de quartzo, em grande parte portadores de minerais de ouro. Afloram na porção noroeste do Estado, apresentando direção noroeste - sudeste. As rochas do grupo estão cobertas discordantemente pelo Complexo Cristalino Indiviso e pelas rochas mais jovens da bacia Piauí - Maranhão.

Granitos Brasilianos

Recobrem o Grupo Gurupi, a noroeste do Estado, formando duas manchas de tamanho desigual. Alem disso podem ser observadas duas outras ocorrências esparsas, próximo de Maranhão e da foz do rio Maracaçumé.

Formação Poti

É constituída pelos folhelhos carbonáceos situados estratigraficamente entre as Formações Longá e Piauí. Ocorre nas áreas leste, sudeste, sul e sudoeste da bacia do Parnaíba, não sendo constantes na porção centro – sul. No Maranhão, encontra-se no extremo sudeste do Estado, em Barão de Grajaú. Margeia as camadas sedimentares da formação Piauí, acompanhando a grosso modo, o contorno geológico da bacia do Parnaíba. Ao sul encontra-se recoberta pelos terrenos da Formação Urucuia e no extremo norte da bacia, pelos sedimentos mesozóico e cenozóicos.
A seção inferior é arenosa, constituída por arenitos finos a médios, de cores creme - esbranquiçadas, porosos, friáveis. Na faixa de contato com a Formação Longá, os arenitos são, por vezes, micáceos e esverdeados.
A seção superior é caracterizada por uma alternância de siltitos cinzas e cinza - escuros, arenitos finos e médios esbranquiçados e amarelados, homogêneos ou com estratificação cruzada, com níveis subordinados de folhelhos e siltitos cinza – escuro e pretos, por vezes carbonosos, contendo restos vegetais carbonizados ou laminados de carvão.

Formação Piauí

Aflora em sua maior parte na região sudeste e sul do estado, na área dissecada pelo rio Parnaíba e seus afluentes. Tanto seu contato inferior como superior são concordantes, o primeiro com a Formação Longá e o segundo com a Formação Pedra de Fogo.
A idade da Formação Piauí é atribuída ao Carbonífero por causa se seus macro e microfósseis. Predominam os arenitos finos e siltitos cinza - claro, amarelos e avermelhados bem estratificados. Ocorrem lentes de arenito conglomeráticos, geralmente com estratificação cruzada. Na parte média aparecem intercalações de siltitos e folhelos cinza - escuro e verdes contendo em alguns lugares fragmentos de plantas carbonizadas e leitos milimétricos de carvão. Leitos delgados de calcário, em geral dolomíticos fossilíferos, foram encontrados na parte superior da Formação.

Formação Pedra de Fogo

Aflora também predominantemente no sul do Estado. Sua idade permiana foi determinada com base em Psaronius e posteriormente confirmada por outros macro e microfósseis.
É constituída por arenitos, siltitos e folhelhos que se intercalam em proporções variadas; os arenitos são claros, finos e muito finos, enquanto os siltitos e folhelhos são de tonalidades vermelho - púrpura e verde, pouco micáceos e de baixa fusibilidade. Leitos e bancos de sílex estão presentes em vários níveis estratigráficos; leitos de gipsita, calcários brancos e aragonitas são mais freqüentes no topo da Formação.
Esta em grande parte recoberta, discordantemente pelas formações Sambaíba e Itapecuru. O contato inferior com a Formação Piauí é concordante, enquanto seu contato superior com a Formação Sambaíba é nitidamente discordante, sendo que certas áreas são marcadas por aglomerados de seixos de sílex.

Formação Mosquito

Designação dada aos derrames basálticos com intercalações de arenitos que afloram no rio Mosquito, ao sul de Fortaleza dos Nogueiras. Aguiar (op. cit.) descreve cinco membros para esta formação: basalto inferior, Macapá, basalto médio, Tiguí e basalto superior. Os membros Macapá e Tinguí são constituídos por arenitos vermelhos, com leitos de sílex e siltitos róseos com intercalções de sílex. O membro Tinguí não foi identificado pelos estudos realizados pelo CPRM ( Estudos Global dos Recursos Minerais da Bacia Sedimentar do Parnaíba. Integração geológica-metalogenética. Relatório final da Etapa III, volumes I e II) que concluíram que se trata do mesmo membro Sedimentar Macapá, constituído essencialmente por basaltos toleíticos, amigdaloidai, tendo apenas uma intercalação sedimentar lenticular e restrita à região de Fortaleza dos Nogueiras.
Os derrames basálticos da formação afloram principalmente na região centro – oeste da bacia sedimentar do Parnaíba, abrangendo a porção NW do Estado de Goiás e S – SW do Estado do Maranhão. Ocorrem ainda em faixas descontínuas, geralmente alinhadas nas direções W—E e SW-NE, nas proximidades de Riachão e Fortaleza dos Nogueiras, 130 metros; na serra das Alpercatas fica em torno de 4 metros, adelgaçando-se até desapareceer completamente nas proximidades de São Raimundo da Mangabeiras.

Formação Sambaíba

Aflora praticamente por todo o sul do Estado, cobrindo aproximadamente 10 a 15% do mesmo. Representa o conjunto de arenitos sobrepostos à Formação pedra de Fogo. Compõe-se predominantemente de arenitos róseos e avermelhados, finos e médios, bem selecionados e arredondados com estratificação cruzada, pouco argiloso, com finas intercalações de sílex.
O contato inferior com a Formação Pedra de Fogo é nitidamente discordante, geralmente marcado por aglomerações basal de seixos de sílex. As lavas basálticas estendem-se sobre uma superfície de erosão muito irregular do arenito Sambaíba.
A Formação Sambaíba é inferida a uma idade Triássica pela sua posição estratigráfica entre a Formação Pedra de Fogo do Permiano e Formação Mutuca. Para estes sedimentos continentais de ambiente desértico, foram feitos estudos palinológicos que lhes deram uma idade jurássica – Triássica.

Formação Mutuca

Aflora numa faixa contínua e relativamente estreita, margeando as escarpas da bacia sedimentar do Parnaíba, estendendo-se de leste para o este. É constituído por folhelhos de cor vermelho - tijolo, com lentes delgadas de calcário e anidrita; estão sobrejacentes aos estratos Pedra de Fogo.
Inicialmente a Formação Mutuca foi considerada como pertencente ao Triássico, por causa da ausência de fósseis e por ser mais jovem que a Formação permiana Pedra de Fogo ( Plummer, 1946). Entre os principais elementos mineralógicos componentes desta Formação, pode-se citar: quartzo, minerais de argila, mica, calcita, além dos secundários, gipsita, aragonita, sílex e atapulgita.

Formação Pastos Bons

Os sedimentos desta unidade apresentam áreas de exposição relativamente extensas.
Litologicamente apresentam duas seções distintas: inferior e superior. A inferior é iniciada geralmente por um conglomerado basal, cuja deposição varia em função da natureza dos estratos subjacentes. Quando se assenta sobre a Formação Pedra de Fogo é polimicto com seixos de sílex e quartzo, distribuídos em matriz areno - argilosa, esverdeada e esbranquiçada, localmente rósea com estratificação plano – paralela incipiente, variando de 0,6 a 1,0 metro. Por cima dos conglomerados basais estão os arenitos esverdeados, cremes e esbranquiçados; onde esta coloração se altera com delgados níveis, dá a rocha um aspecto listrado.
A seção superior é mais arenosa, constituída predominantemente por arenito róseo e avermelhado, tendo localmente manchas esbranquiçadas, causadas por descoloração supergênica.
A Formação Pastos Bons jaz concordantemente sob a Formação Corda de idade Jurássica Superior, datada com base em fósseis. Quando ocorrem os basaltos Mosquito (Triássico-Jurássico), A Formação Pastos Bons não é observada abaixo da Formação Corda, sendo esta última depositada em acentuada discordância erosiva sobre tais basaltos.
A Formação Pastos Bons é sempre discordante das formações que recobre. Observa-se ilitas e esmectitas no “mudstone” da formação em estudo. Estes argilo- minerais poderiam Ter sido derivados das alterações de basaltos e possivelmente passariam a integrar seus sedimentos.

Formação Corda

A Formação Corda aflora em uma faixa contínua ao longo de toda a região central da bacia do Parnaíba, estendendo-se desde as proximidades do rio Araguaia até a margem esquerda do rio Parnaíba, nas vizinhanças de Teresina, estreitando-se nas vizinhanças de Grajaú, o que acarreta o adelgaçamento de sua espessura.
A área, onde a unidade recobre os basaltos da Formação Mosquito, apresenta geralmente sua faixa basal constituída por arenitos conglomeráticos marrom - avermelhados e arroxeados, onde se observam esparsos blocos, de até 20 centímetros, de basalto alterado, imerso em uma matriz de arenito fino e médio, com estratificação plano - paralela incipiente, muito argilosa, com espessura geralmente em torno de 2 metros.
Onde esta unidade repousa diretamente sobre as outras formações mais antigas, estando ausentes os basaltos Mosquito, os conglomerados basais são pouco desenvolvidos e inexistentes, verificando-se apenas uma superfície de contato erodida acentuadamente ondulada.
A seção inferior é constituída por uma seqüência de arenitos argilosos marrom - avermelhados e arroxeados, finos e médios, por vezes bimodais, ocasionalmente grosseiros a conglomeráticos, pintalgados de caulim, com estratificação cruzada de grande parte e fortemente angulares, friáveis. As argilas que compõem os arenitos são da mesma coloração daquelas formadas pela alteração dos basaltos, evidenciando que tal material argiloso foi incorporado aos arenitos Corda após os basaltos terem sofrido erosão e alteração química por intemperísmo. Argilitos, siltitos argilosos e folhelhos marrom - avermelhados a arroxeados, homogêneos ou com microestratificação cruzada ondulada, por vezes descontínua, são intercalados nos arenitos com até 18 metros de espessura.
Na parte superior da seqüência observam-se bancos de arenitos arroxeados e marrom - avermelhados, médios a grosseiros, grãos arredondados e foscos com seixos de quartzo disperso, de até 2 centímetros de comprimento, tendo estratificação cruzada, planar de grande porte, friável. Apresenta fragmentos de argila arroxeada, formando níveis com distribuição irregular. Quando lixiviados, aparecem manchas irregulares de coloração esbranquiçadas. No topo das mesetas e chapadões dos arenitos Corda desenvolve-se geralmente camada laterítica de até 5 metros de espessura.
Formação Sardinha

Sua área de ocorrência é muito restrita, aflorando a sudoeste de Barra do Corda, entre as Malocas Sardinha e Baixão do Peixe, na margem esquerda do rio Corda e na bacia do rio Balseiro, afluente do Itapecuru, nas proximidades de Colinas – Paraibano. Sua espessura não foi medida, entretanto, não ulçtrapassa 20 metros.
Por toda a área de ocorrência, os basaltos, bem como as unidades Sambaíba, Grajaú, Codó e Itapecuru, sofreram intensos aplainamentos que, em associação com os relativamente espessos mantos residuais arenosos e a vegetação, dificultam a delineação dos contatos geológicos em trabalhos de fotogeologia.
Aguiar (op. Cit.) descreve o basalto como de cor preta e textura amigdaloidal, que se decompõem em material argiloso, vermelho – escuro e arroxeado.

Formação Codó

A Formação Codó é constituída pelos folhelhos betuminosos associaddos a calcários que afloram no vale do rio Itapecuru, na área de Codó e no vale do Mearim e afluentes, a montante de Pedreiras. De idade Cretácea, está em concordância sobre a Formação Corda e sob a Formação Itapecuru, admitindo discordâncias locais.
A seção inferior é constituída de conglomerados de pirita, passando a folhelhos cinza - esverdeados, fossilíferos e piritosos. A seção superior constitui-se por siltitos e arenitos finos, cinzas, carbonosos, com restos de vegetais carbonizados, micromicácios, calcíferos, piritosos duros.
As áreas de Formação Codó são geralmente restritas e descontínuas, normalmente ocupando os vales dos principais rios da porção central da bacia do Parnaíba, estendendo-se desde a área a norte da confluência do Tocantins com o Araguaia até o vale do Parnaíba, ao nordeste, próximo a Esperantina.

Formação Grajaú

A Formação Grajaú aflora na porção centro - oeste e parte da área centro - norte da bacia do Parnaíba, constituindo uma faixa relativamente estreita e descontínua, de direção aproximada E-W. seu limite oeste corresponde ao rio Tocantins estendendo-se para leste até o meridiano de 44º, próximo ao rio Itapecuru.
É composta essencialmente de arenitos esbranquiçados a cremes, finos a conglomeráticos com estratificação cruzada laminar, grão arredondados, friáveis e também endurecidos, silicificados.
Esta unidade recobre discordantemente as Formações Sambaíba, Mosquito e Corda. É afossilífera e considerada pertencente ao Cretáceo Inferior, pela sua equivalência crono - estratigráfica com a Formação Codó.

Formação Itapecuru

Estende-se praticamente por toda a metade norte do Estado, ocupando uma área de cerca de 50% do território estadual.
Com base em fósseis, a Formação Itapecuru é considerada pertencente ao Cretáceo Inferior. É constituída por arenitos finos, avermelhados, róseos, cinza – argilosos,geralmente com estratificação horizontal e ocasionalmente cruzada, com abundante silisificação na parte superior. Intercalam-se leitos de siltitos e folhelhos cinza – esverdeados e avermelhados. Em certas áreas aparece um conglomerados basal contendo seixos de basalto alterado.
O contato superior com a Formação Barreiras é discordante. Além do mais, a Formação Itapecuru pode recobrir qualquer Formação mais antiga.

Formação Urucuia

A Formação Urucuia são os arenitos ocorrentes ao sul da bacia do Parnaíba e que recobre discordantemente as demais unidades litoestratigráficas, considerada de idade Cretácea e equivalente à Formação Itapecuru. Topograficamente destaca-se das demais Formações circuvizinhas, por formar vastos platôs ou chapadas tabuliformes, de encostas escarpadas, constituindo três patamares sucessivos bem distintos.
A Formação Urucuia mostra uma seqüência monótona de arenitos, com raras intercalações de sílex e fácies carbonáticos inexpressivos em arenito basal. Seus constituintes mineralógicos são essencialmente quartzo e argilas, caulim. Como minerais secundários estão a turmalina, zircão e opacos. Não foram encontrados fósseis nesta Formação.

Grupo Barreiras

Aflora a nordeste do Estado, no triângulo formado pelas localidades de Buriti, Urbano Santos e Araioses. No oeste do Estado, forma tabuleiros isolados nas bacias do Gurupi e Pindaré, nas proximidades do limite com o Pará. É constituída por sedimentos clásticos, mal selecionados. As cores predominantes são o amarelo e o vermelho variando porém, de local para local, os arenitos existentes nessa Formação são caulínicos com lentes de folhelhos.
O grupo Barreiras assenta-se discordantemente sobre a Formação Itapecuru, sendo comum encontrar-se também sobre as Formações mais antigas; não é porém, recoberta por nenhuma outra Formação. Sua datação não é precisa pela ausência de fósseis; admite-se no enquanto, que seja do Terciário por englobar o calcário fossilífero Pirabas que pertence ao Mioceno Inferior.

Aluviões

Os depósitos aluvionares recentes são constituídos por cascalhos, areias e argilas inconsolidadas. Aparecem ao longo do litoral e com faixas estreitas e descontínuas, ao longo dos rios mais importantes: Tocantisn, Pindaré, Grajaú, Mearim e Paranaíba. Estes aluviões apresentam enriquecimento em minerais pesados, tais como ouro, cassiterita, magnetita, turmalina, zircão.

Dunas

Ocorrem no litoral nordeste a avançam em direção ao continente, até a uma distância de cinqüenta quilômetros da costa. Aquelas que aparecem afastadas das linhas de praia, apresentam-se fixas e possuem formas alongadas, cujo comprimento é orientado na direção nordeste – sudeste.
A geologia do Maranhão é razoavelmente conhecida dado a vasta bibliografia existente. Os trabalhos vão desde o mapeamento base até aqueles de cunho puramente específico, como os de prospeção de petróleo, água subterrânea, minerais radioativos até os de seleção de áreas com possibilidades de mineralização.
O projeto RADAM dá ênfase à importância econômica da região do médio rio Gurupi, recomendando um mapeamento mais detalhado para a área.
A Formação Itapecuru é a mais extensa, recobrindo grosseiramente 50% da área do Estado e suas possibilidades econômicas estão na gipsita.
As Formações Piauí, Pedra de Fogo e Simbaíba ocupam as áreas ao sul da Formação Itapecuru recobrindo grosseiramente 40% do Estado. Suas possibilidades econômicas estão no calcário, gipsita, talvez carvão mineral para as Formações Piauí e Pedra de Fogo; já para a Formação Sambaíba só foram evidenciadas materiais de construção civil.
A Formação Barreiras apresenta possibilidades econômicas quanto à bauxita e caulim, enquanto nos sedimentos quaternários (duna e aluviões) as possibilidades estão no material de construção civil e cerâmica.

GEOLOGIA DO MARANHÃO III

II. PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS MINERAIS

As ocorrências minerais do Estado do Maranhão são variadas, no entanto apenas as que apresentam potencialidades econômicas serão referidas: calcário, gipsita, bauxita, ouro, cobre, diamante, opala, urânio, e manganês.

Calcário – apresenta larga distribuição regional, destacando-se quatro grandes grupos de concentração:

-parte da divisa do Maranhão – Goiás com direção aproximada oeste – leste até a localidade de Presidente Dutra, daí inflete seguindo rumo nordeste, acompanhando aproximadamente o rio Parnaíba, até atingir o Atlântico;
-faixa de ocorrência da costa atlântica;
-conjunto de ocorrências do sudeste do Estado;
-ocorrências do alto rio Balsas e Tocantins.

A distribuição no tempo dessas ocorrências e jazimentos é grande, estendendo-se desde o Carbonífero (Formação Piauí) até o Mioceno Inferior (Formação Pirabas). É encontrado também na Formação Pedra de Fogo, aflorando em vários locais (Carolina, Benedito Leite) e posicionando-se estratigraficamente no topo. Os alinhamentos dessas ocorrências calcárias no Estado levam os pesquisadores a supor a existência de uma continuidade lateral desses depósitos.

Gipsita – apresenta uma ampla distribuição, semelhante ao calcário. As ocorrências agrupam-se desde a divisa de Goiás, a sudeste do Maranhão até a sua porção nordeste, nas proximidades do baixo rio Parnaíba. Apenas algumas ocorrências esparsas são observadas ao norte, próximo ao litoral.
É encontrado na Formação Codó, que no Maranhão é considerada como facies de Formação Itapecuru, sendo também constante nos sedimentos de Formação Pedra de Fogo, intercalada aos calcários existentes no topo dessa Formação.

Ouro - as ocorrências da região do Gurupi – Maracaçumé são conhecidas desde o século XVIII e constituem uma possível província aurífera com áreas superior a 30.000 km2.destacam-se os vales dos ros Turiaçu, Maracaçumé, Grajaú e Gurupi.
Oliveira calcula que a relação da área conhecida para a área mineralizada seja de cerca de 1/ 33. Segundo geólogos que estudaram a área, são três os tipos de jazimento de ouro na região: filonianos ( associados a veios de quartzo, contendo os metassedimentos do Grupo Gurupi), coluviões e placers.
A faixa de ocorrência deste metal apresenta uma direção grosseiramente NW – SE, estendendo-se desde Montes Áureos até s serra dos Macacos ( proximidades da BR – 316), daí seguindo os aluviões dos rios que compõem as bacias Gurupi – Maracaçumé, até as proximidades da costa atlântica.
Não foram realizados estudos visando o conhecimento da potencialidade econômica dessa província aurífera, mas acredita-se que seja uma das maiores do país, por referências históricas e pelo grande número de garimpos outrora existentes.

Bauxita Fosforosa – as reservas estão distribuídas na serra de Pirocaua (município de Godofredo Viana), e Ilha Trauíria (município de Cândido Mendes).
Na serra de Pirocaua o minério aflora em blocos de dimensões consideráveis, estendendo-se como um jazimento uniforme, delimitado na periferia por taludes cobertos de densa vegetação.
As reservas medidas em 1977 eram de 9. 855.825 toneladas, com espessura de 25 a 30 metros, recoberta por um manto de chapéu de ferro com dois metros de espessura, sendo o teor médio de 11,82% de P2O5. As reservas da Ilha Trauíra atingem 8,5 milhões de toneladas, com um teor médio de 16% de P2O5.
Devido ao grande teor de fósforo existem projetos de aproveitamento industrial dessa bauxita em fertilizantes e suplementos minerais.

Cobre – são poucas as ocorrências registradas e estas estão relacionadas ao magmatismo básico, ocorrendo ao longo da bacia do Parnaíba.

Diamante - são encontrados nos conglomerados básicos cretáceos nos depósitos aluvionares terciários, em palio e em neo – aluviões.

Opala – é encontrado nos estratos arenosos, constituindo um exemplo de mineralização epigenética, relacionada aos diques e soleiras de diabásio e fraturas de arenito.

Urânio – poucas ocorrências disseminadas em arenitos grosseiros, concentrados em falhas onde as águas subterrâneas percolantes trouxeram sais solúveis de urânio, os quais se precipitaram em associação com limonita.

Manganês e Ferro – as ocorrências de manganês e ferro estão relacionadas a diabásios inclusos nos diversos estratos sedimentares paleozóicos e não apresentam, em razão da sua tipologia, possibilidades de aproveitamento comercial.

BIBLIOGRAFIA


1.AGUIAR, G. de – Bacia do Maranhão, geologia e possibilidades de petróleo, Belém, PETROBRÁS – RENOR, 1969 (Relatório técnico interno, 371).
2.Companhia Maranhense de pesquisa Mineral (CODEMINAS). Relatório do projeto Cadastramento e investigação Geológica de Ocorrências Minerais do Estado do Maranhão. São Luís, 1978, vol. 3.
3.Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais (CPRM). – Estudo Global dos Recursos Minerais da Bacia Sedimentar do Parnaíba (inédito). Integração Geológica Metalogenética - Relatório Final da Etapa III, volumes I e II (inédito).
4.Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPN). – Projeto RADAM, Folha AS-24 Fortaleza, AS-23 São Luís: Geologia, Geomorfologia, Solos, Vegetação e Uso Potencial da Terra, Rio de Janeiro, 1973 (Levantamento de Recursos Naturais, 4).
5.Projeto RADAM, Folha SB-22 Araguaia e parte da folha SC-22, Tocantins: Geologia, Geomorfologia, Solos, Vegetação e Uso Potencial da Terra, Rio de Janeiros, 1974 (Levantamento de Recursos Naturais, 4).
6.Maranhão, Avaliação Regional do Setor Mineral, Boletim nº 44, 1977.
7.Mapa Tectônico do Brasil, Escala1:500.000, Ministério das Minas e Energia, 1971.
8.Mapa Metalogenético do Brasil, Escala 1:000.000, Ministério das Minas e Energia, 1973.
9.PLUMMER, F. B. et alii. – Estado do Maranhão e Piauí. Relatório do Conselho Nacional do Petróleo, Rio de Janeiro, 1946. 87 – 134. 1948.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

TRABALHO DE CAMPO


Prezados alunos,

Estão disponíveis os arquivos para o trabalho de campo. Clique AQUI.
São dois arquivos compactados: O primeiro é Trabalho_de_Campo onde coloco textos de auxílio ao trabalho que vocês irão executar. Tem arquivos para todos. Dividam as responsabilidades. O segundo, PD_Caxias, reúne alguns dos arquivos relativos à cidade. É o embasamento que vocês necessitam. Se alguém tiver algo mais, por favor, socialize.
Na aula de quinta feira (24.06.2010) discutiremos os detalhes.
A princípio, devo informar que o relatório de campo deverá ser apresentado na forma de artigo científico. Um dos arquivos trata exatamente disto.
PREPAREM-SE. ESTUDEM. DEDIQUEM-SE.

sábado, 29 de maio de 2010

ATENÇÃO - 2ª AVALIAÇÃO


Caros alunos,

Tendo em vista os feriados e eventos previstos para o próximo mês, decidimos manter a data da 2ª Avaliação para o dia 10.06.2010.
O conteúdo continua o mesmo que já foi discutido.
Logo mais disponibilizarei aqui os mapas mentais de Geomorfologia que poderão auxiliar vocês no estudo da matéria.
ESTUDEM!
Boa Sorte a todos.
Prof. Assis Araújo.

domingo, 18 de abril de 2010

QUESTÕES DE GEOMORFOLOGIA


Prezados alunos,

Colocamos a disposição dos interessados um questionário para revisar os conteúdos a serem trabalhados na primeira avaliação da disciplina em 2010, a ser realizada na próxima sexta feira (23.04.2010). Responda as questões e entregue ao professor no dia da prova. Bom estudo e boa sorte a todos. Baixe o questionário AQUI. A.A.

sábado, 17 de abril de 2010

TECTÔNICA DE PLACAS


A Tectônica Global é uma das mais poderosas teorias da ciência geológica. É, pois, fundamental que geógrafos a conheçam. Existem muitos recursos na web sobre este assunto. Em língua portuguesa, porém, poucos sites superam este:


Boa leitura.
A.A.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

ATITUDES E VALORES DE UM(A) CIENTISTA


EXEMPLOS DE ATITUDES E INTERESSES REFORÇADOS PELA CIÊNCIA

  • Autoestima (confiança em si mesmo);
  • Curiosidade intelectual;
  • Capacidade para automotivação;
  • Responsabilidade na aprendizagem pessoal;
  • Perseverança e tenacidade para enfrentar as dificuldades;
  • Capacidade de autocrítica;
  • Cooperação constante na realização de tarefas e de compartilhar idéias e informações;
  • Boa disposição para mudar de opinião a partir de novas evidências;
  • Boa disposição para evitar juízos se não há provas ou evidências;
  • Honestidade na execução e na comunicação de trabalho experimental;
  • Entusiasmo pela ciência;
  • Reconhecimento das limitações da ciência;
  • Capacidade de rejeitar afirmações não baseadas em evidências o teorias;
  • Reconhecimento do papel da ciência e da tecnologia no progresso da sociedade;
  • Aplicação de habilidades científicas na resolução de situações da vida quotidiana.

Fonte: http://www.cienciesnaturals.com/geologia/gactit.html

Desculpem qualquer erro de "tradução". A.A.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

GEOMORFOLOGIA DO MARANHÃO I


Este texto foi publicado no Atlas do Maranhão, editado pelo IBGE em 1984. Esperamos que nosso esforço para digitalização seja uma reparação do desaparecimento dos dois volumes que existiam no "Laboratório" de Geografia do CESC/UEMA. Oportunamente publicaremos outros textos desta preciosa fonte.

Boa leitura.

QUADRO NATURAL

A feição primordial do relevo maranhense é conseqüência da evolução paleogeográfica da bacia sedimentar, cuja formação se estendeu do início do Paleozóico ao fim do Mesozóico, como referido.

As camadas sedimentares, de modo geral, se apresentam quase horizontais, com declives insignificantes para o norte, tendo originado uma topografia tabular ou subtabular, resultante da ação de processos e mecanismos morfogenéticos, atuantes sob climas diversos.

A feição primordial do relevo maranhense é conseqüência da evolução paleogeográfica da bacia sedimentar, cuja formação se estendeu do início do Paleozóico ao fim do Mesozóico, como referido.

As camadas sedimentares, de modo geral, se apresentam quase horizontais, com declives insignificantes para o norte, tendo originado uma topografia tabular ou subtabular, resultante da ação de processos e mecanismos morfogenéticos, atuantes sob climas diversos.

Para compreender a feição atual do relevo maranhense, devem ser examinados inicialmente os remanescentes da superfície de cimeira representados pela “cuesta”, chapadões e chapadas, da metade sul do Estado, os quais correspondem a prolongamentos da superfície elevada do Brasil Central, que perdem altitude lentamente em direção norte.

Essa superfície foi modelada durante quase todo o Terciário (cerca de 60.000.000 de anos), após um levantamento que se processou no fim do Cretáceo. O prolongado período de erosão que afetou a área provocou um aplainamento quase perfeito, durante o qual, até mesmo as camadas levemente onduladas foram truncadas, convertendo a área em um grande pediplano.

Os movimentos epirogênicos que ocorreram no Terciário Médio, ainda durante a elaboração da Superfície Sul-americana, provocaram um solevamento parcial da área pediplana e reativaram a erosão.

Nas áreas deprimidas depositaram-se sedimentos clásticos, mal selecionados, parcialmente laterizados, com cores que variam do amarelo ao vermelho, variação esta evidencia oscilações climáticas durante a deposição. O grau de laterização dos mesmos indica a predominância de condições de aridez, a qual a área esteve sujeita.

Estes sedimentos foram assinalados na chapada de Tiracambu, que, provavelmente, sofreu uma invasão de relevo. Podem ser correlacionados a outros depósitos encontrados sobre a Superfície Sul-americana em outras áreas do Brasil. Os geólogos tendem a correlacioná-los a Formação Barreiras Inferior.

No início do Mioceno, ainda no Terciário Médio, ocorreu um levantamento geral do continente que se processou de forma desigual. Nesta ocasião o clima era um pouco mais úmido, o que favoreceu a retomada de erosão, quando então as formas estruturais foram postas em realce, sendo elaboradas as “cuestas” e, como conseqüência da compartimentação da grande superfície, surgiu a atual paisagem dos chapadões e chapadas, com altitudes que variam de 800 metros na chapada das Mangabeiras a 300 metros na chapada de Tiracambu.

Na área de ocorrência de corpos ígneos representados, principalmente, por basaltos, que se apresentam como estratos-camadas, emprestando uma resistência maior à erosão, as chapadas e chapadões são como que emolduras por patamares estruturais bem marcados.

Ainda ligadas à compartimentação, com advento de um clima de maior aridez que ocorreu no Terciário Superior (Piloceno), desenvolveram-se áreas de aplainamento, domínio da erosão lateral, sendo então elaboradas as depressões intermontanas dos altos cursos e as depressões periféricas que emolduram o sopé das “cuestas”. Iniciava-se então o Ciclo Velhas.

Na área central maranhense, a menor resistência das rochas favoreceu a maior atuação dos processos de pediplanação desenvolvidos durante o Ciclo Velhas, originando uma ampla superfície dominada por testemunhos tabulares, remanescentes da Superfície Sul-americana.

A altitude da Superfície Velhas é variada, chegando a alcançar 300 metros nas depressões intermontanas no alto curso dos rios, descendo, progressivamente, a algumas dezenas de metros para o norte, onde é recoberta pelos depósitos da Formação Barreiras.

Sobre essa superfície, que corresponde a um clássico pediplano e que continuou a ser elaborada durante o Pleistoceno Superior, são encontrados depósitos sedimentares com horizontes de canga, depósitos argilo-arenosos e leitos de fragmentos de maior talhe. A natureza dos sedimentos atestam uma gênese sob condições de um clima de aridez acentuada.

Os remanescentes do Ciclo Sul-americano, por vezes rebaixados, lembram os “inselbergs” do Nordeste Oriental, havendo evoluído por processos morfoclimáticos semelhantes. Posteriormente, com a compartilhamentação da Superfície Velhas, sob condições de maior umidade, desenvolveram-se processos de mamelonização que afetaram a forma destes relevos residuais, que chegam a se apresentar ligeiramente arredondados. A preservação da feição tabuliforme foi possível pela existência de uma camada de fragmentos da crosta laterítica..

O trabalho de aplainamento foi favorecido pela menor resistência à erosão das rochas predominantes na área, pertencentes à Formação Itapecuru (Cretáceo).

Ainda no Pleistoceno, quando a área sofreu um movimento epirogênico positivo, começou a haver o trabalho de compartimentação através da rede hidrográfica que ali se instalou durante períodos de maior umidade, aproveitando as linhas de fraturas, que chegaram mesmo a afetar a Formação Barreiras, em conseqüência das reativações tectônicas que provocaram os últimos movimentos de conjunto, responsáveis pela formação do Arco Ferrer-Urbano Santos.

Na ocasião da formação desta arco deu-se a exumação da superfície pré-cretácea modelada em rochas pré-cambrianas, onde encontramos o Gurupi como um típico exemplo de rio epigênico, cortando indiferentemente a estrutura subjacente.

Junto ao litoral, a Superfície Velhas foi fossilizadas pelas formações terciárias e quaternárias, esboçando-se sobre as mesma uma superfície mais recente, referida por Lester King (1956) como do Ciclo Paraguaçu, que é mais nítida quando observada ao longo do litoral e nos baixos cursos dos principais rios.

Durante o Pleistoceno ocorreram movimentos eustáticos que foram responsáveis por regressões marinhas fazendo com que o nível do mar descesse consideravelmente, bastando lembrar que, durante a última glaciação (Würm), a descida atingiu cerca de 100 metros abaixo do nível atual.

Com a intensificação da erosão fluvial, toda a área recoberta pelos sedimentos das formações Barreiras e Itapecuru foi compartimentação, esboçando-se então o Golfão Maranhense e a própria ilha de São Luís.

Nessa ocasião, a fase de erosão remontante provocou um entalhamento enérgico ao longo dos vales, favorecido pela fraca resistência das rochas constituintes do substrato geológico. Nos principais rios, o trabalho erosivo alcançou centenas de quilômetros, ao longo de seus cursos.

Tal fato ocorreu aproximadamente 12.000 anos, quando então se iniciou a transgressão Flandriana, responsável pela subida do nível do mar até a posição atual, convertendo os baixos vales em largos estuários e delimitando enfim, a área primitiva do Golfão.

A advento de uma fase quente e de maior umidade favoreceu o desenvolvimento de processos de meteorização, iniciando-se assim a atual paisagem que tão bem caracteriza os altos cursos do Pindaré, do Mearim e do Grajaú, onde seus vales apresentam-se encaixados e seus leitos divagantes em meio à planície aluvial alongada.

A fraca declividade destes rios é conseqüência de sua recente história geomorfológica e favorece a navegação por embarcações de pequeno calado até a parte central do Estado, havendo sido, por muito tempo, as únicas vias de penetração na região.

Na área do Golfão a grande oscilação das marés (cerca de 8 metros), associada à fraca declividade dos rios, favorece a penetração de sua vaga remontante até dezenas de quilômetros nos vales dos rios. A ação das mesmas se faz também na diminuição da velocidade da corrente fluvial que, perdendo a capacidade de transporte, deposita uma parte de sua carga sólida, formando bancos de sedimentos, planícies aluviais e ilhas de pequena altitude, como a dos Caranguejos, esboçando-se a formação de “deltas internos”.

Como conseqüência da formação das planícies aluviais, alguns baixos cursos dos rios foram barrados, surgindo uma série de lagoas que constituem uma das feições geomorfológicas características da faixa sublitorânea maranhense, como aquelas encontradas na área do Golfão, nos rios Turiaçu, Pericumã e em alguns afluentes do rio Parnaíba, como o Magu, o Marique e o Bacuri.

É um fato notório o contraste existente entre os setores oriental e ocidental do litoral maranhense limitados, aproximadamente, pela área do Golfão.

O primeiro é um litoral retilíneo com restingas que tendem a desviar a foz dos rios para o noroeste, fato este facilmente comprovado a uma simples observação do delta infletido do Parnaíba e da foz do Preguiças, que constituem os principais rios do setor oriental.

A rede hidrográfica se restringe a rios de pequena extensão, cujos vales são modelados na formação Barreiras e seguem a direção NE do sistema de fraturas predominante. A única exceção é constituída pelo rio Parnaíba, bastante extenso, parecendo corresponder a um rio geomorfologicamente bem mais antigo.

Em direção ao interior, a faixa sublitorânea é constituída, sem dúvida, por um dos campos de dunas mais importantes do território brasileiro, conhecido pela denominação de “Lençóis Maranhenses”. Constata-se ai a existência de duas épocas de formação de dunas. A primeira se deu logo após a transgressão Flandriana, quando as grandes oscilações das marés, permitiam, durante a baixa-mar, exposição de larga faixa arenosa. O vento constante, transportando o farto material arenoso para o continente, originou dunas que recobriam grandes extensões, podendo ser assinaladas algumas localizadas a mais de 100 quilômetros do seu ponto de partida no litoral. Seguiu-se uma fase climática mais úmida, responsável pela fixação das mesmas, que foram parcialmente edificadas.

Bem mais recente, com uma nova fase seca, surgiu uma segunda etapa,

Com a formação de novas dunas que recobrem uma fímbria de terra ao longo do litoral.

Outra feição dos Lençóis Maranhenses é representada pelo campo de deflação, cuja gênese está intimamente associada á das dunas, sendo formado por areias esparsas pelo vento na superfície do terreno, constituindo uma camada, por vezes descontínua, que chega a alcançar alguns metros de espessura.

O setor ocidental do litoral tem seus limites a partir das proximidades das cidades de Primeira Cruz e Humberto Campos, sendo interrompido apenas pela golfão Maranhense. É um litoral constituído predominantemente, por uma série de reentrâncias emolduradas por terras baixas e lodosas, onde proliferam manguezais. Corresponde a um antigo litoral de “rias”, com largos estuários elaborados após a transgressão Flandriana.

Os sedimentos que colmatam as “rias” e constituem o substrato para os manguezais são bastante finos em conseqüência de processos de meteorização química, que predominam nesta porção do Estado, em função do clima mais úmido.