terça-feira, 15 de novembro de 2011

PANORAMA DA GEOGRAFIA BRASILEIRA


Aconteceu na Lista de Geografia:

A PERGUNTA:

De: Benjamim Pereira Vilela
Para: "listageografia@yahoogrupos.com.br"
Assunto: Panorama atual da geografia Brasileira

Prezados,

Escrevo-lhes para fazer um questionamento sobre o panorama da geografia brasileira (o que está estudando? Quais a principais correntes teórico - metodológicas?). Tal questionamento foi por colegas, tentei responder mas gostaria de ouvir mais pessoas...

Obrigado.

Benjamim

A RESPOSTA:

De: Fábio Adorno Espósito
Para: listageografia@yahoogrupos.com.br
Assunto: Re: Panorama atual da geografia Brasileira

Caro colega,

Utilizarei para caracterizar a atual geografia brasileira os mesmos termos utilizados pelo físico Tony Rothman sobre a internet, em seu livro "Tudo é relativo": a atual geografia brasileira tem "a largura de uma galáxia, e a profundidade de um dedo".
Falamos sobre tudo (aquíferos, psicologia, imagens de satélite, relações homoafetivas, política rasteira), mas com a presunção de que podemos ignorar as ciências que melhor estudam certos assuntos em nome do "fim das fronteiras disciplinares" e do poder de nossas "territorialidades", "espacialidades" e outros conceitos bambos.
E não satisfeitos em estudar tudo, o todo, as múltiplas "percepções" de cada um e de todos, queremos ampliar um pouco mais nossos objetos (d)e estudos.
Ah, também temos o curioso hábito de deixar que outros profissionais façam nossas obrigações (como descrever paisagens, coletar dados de campo, produzir mapas temáticos de qualidade, etc.) de forma incompleta (afinal não são geógrafos), porque somos superiores e modernos demais para estas simplicidades "tradicionais", "cartesianas" e "deterministas".
Enfim, a atual panorama da geografia brasileira é tão vasto, esplêndido, multidisciplinar e livre que nem eu, nem você, tampouco seus colegas temos a capacidade de compreender, quanto mais de explicar

Abraços,

Fábio Adorno Espósito

Santas palavras, Fábio!

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

PARA QUE SERVE UM ZONEAMENTO?


O zoneamento ambiental ou ecológico-econômico é um dos instrumentos da política ambiental brasileira. Suas bases foram firmadas pelos artigos 21, alínea IX, 25, § 3º e 182, § 1º, da Constituição Federal de 1988, pela Lei federal 6938/81, artigo 9o, inciso II, e pelo Decreto 4297/2002, que a regulamenta.
No caso do artigo 21 da Constituição Federal, a gestão ambiental do território brasileiro deve ser articulada para um mesmo complexo ambiental e socioeconômico, buscando a redução das desigualdades e o desenvolvimento sustentável. No artigo 25, § 3º, está a ênfase a organização ao planejamento das cidades. O artigo 183 estabelece a obrigatoriedade aos municípios de mais de vinte mil habitantes a instituírem o Plano Diretor. Não está explícito que o Plano Diretor deve conter o zoneamento, mas implicitamente o zoneamento está contido na expressão ordenamento da cidade tendo “por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes”, como descrito do caput do citado artigo.
A definição dada pela Lei 6.938/81 é a de que o “zoneamento ambiental é uma integração sistemática interdisciplinar da análise ambiental ao planejamento do uso do solo, com o objetivo de definir a gestão dos recursos ambientais” O zoneamento dá suporte à tomada de decisões no planejamento e gestão territorial, seja sob a ótica econômica, social, ecológica ou cultural. É uma forma de compartimentar o espaço geográfico, segundo critérios objetivos, baseados nas suas peculiaridades e dinâmicas. Estes estudos dever ser voltado para o entendimento dos processos de ocupação, desenvolvimento e apropriação dos recursos de um dado território.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

NÃO CONHEÇO ESQUERDISTA QUE NÃO MUDE

Este post é uma gentileza de Lucivânio Jatobá. Com sua permissão reproduzo aqui o que ele nos disponibilizou na Lista de Geografia.
Ivanildo Vila Nova é um dos mais insignes repentistas do Nordeste brasileiro. Um sertanejo simples, mas de uma mente privilegiada. Deram-lhe um mote , que dizia assim: "Não conheço esquerdista que não mude quando pega nas rédeas do poder." Na hora, de maneira genial, ele fez o desafio, com a viola na mão...
Vejam a canção ( repente) que ele fez.

NÃO CONHEÇO ESQUERDISTA QUE NÃO MUDE, QUANDO PEGA NAS RÉDEAS DO PODER (IVANILDO VILA NOVA)
 
Radical se transforma em moderado
Se quiser jogar bem no outro time
Ou acopla-se aos moldes do regime
Ou por outra depois tu é cassado
Quando não, ele fica deslumbrado
Com mulheres, passeios e prazer,
Mordomia, jetom, luxo e lazer,
Tudo isso é efêmero, mas ilude,
Não conheço esquerdista que não mude
Quando pega nas rédeas do poder.

O ministro, o prefeito, o deputado
Com direito a chofer e secretária,
Segurança, assessor, estagiária,
Gabinete com ar condicionado,
Vai lembrar-se do proletariado,
Com favela e cortiço pra viver?!
Ou será que não vai se aborrecer
Com esgoto, favela, mofo e grude?
Não conheço esquerdista que não mude
Quando pega nas rédeas do poder


E o mártir que tem convicção
De arriscar sua vida, seu emprego,
A família, o futuro e o sossego
Por um povo, um projeto, uma nação.
Um Sandino tentou mas foi em vão,
Um Guevara esforçou-se por fazer,
Hoje em dia é difícil aparecer
Marighela, Lamarca ou Robin Hood.
Não conheço esquerdista que não mude
Quando pega nas rédeas do poder.


Que fará um sujeito agitador,
Bóia-fria, sem-terra, piqueteiro,
Camarada, comuna, companheiro,
Se um dia tornar-se senador?
Vindo até se eleger governador,
Qual será o seu novo proceder?
Vai mudar, vai mentir ou vai manter
As promessas que fez de forma rude?
Não conheço esquerdista que não mude
Quando pega nas rédeas do poder


Quem tem honra, da mesma não se aparta,
É querer liberdade pra o Nordeste,
É Xanana Gusmão do Timor Leste
Enfrentando os exércitos de Jacarta,
Boutros Ghali primando pela Carta
Que o Pentágono queria prescrever,
É qualquer palestino a combater
Um Netanyahu ou um Ehud.
Não conheço esquerdista que não mude
Quando pega nas rédeas do poder.
No período que o adolescente
Quer mudar o planeta e o País
Através dos arroubos juvenis,
Vira líder, orador e dirigente.
Mas se um dia ele vira presidente
O que foi nunca mais poderá ser.
Aí diz que o remédio é esquecer
As loucuras que fez na juventude.
Não conheço esquerdista que não mude
Quando pega nas rédeas do poder.


Todo jovem a princípio é sectário,
Atuante grevista e condutor
Exaltado, anti-yankee, pregador,
Um perfeito revolucionário.
Cresce, casa, se torna secretário
E aí o que trata de fazer?
Leva logo a família a conhecer
Disneylândia, Washington e Hollywood.
Não conheço esquerdista que não mude
Quando pega nas rédeas do poder.


Quem vivia de luta e de vigília,
Invasão, pichamento e barricada,
Através disso aí fez uma escada
Pra chegar aos tapetes de Brasília,
Vai pensar no progresso da família
E o que faz pra do posto não descer.
Nunca falta quem queira se vender,
Sempre acha um covarde que lhe ajude.
Não conheço esquerdista que não mude
Quando pega nas rédeas do poder.


Dirigido não é o dirigente,
Dominante não é o dominado,
Se quem vive debaixo é revoltado
Quando sobe ele fica diferente.
Compreendo a fraqueza dessa gente
Submissa ao desejo de vencer,
Mordomias nunca mais quer perder,
Quem sou eu pra ser dono da virtude
Não conheço esquerdista que não mude
Quando pega nas rédeas do poder.


Eu já vi muita gente amarelar
Por pressão, covardia ou por dinheiro.
Jornalista, cantor e violeiro,
Metalúrgico, político e militar.
Só Luís Carlos Prestes foi sem par,
Defendeu sua tese até morrer.
E Gregório Bezerra sem temer
Levou seus ideais ao ataúde.
Não conheço esquerdista que não mude
Quando pega nas rédeas do poder.


* Ivanildo Vila Nova é advogado, poeta e cantador repentista. É o autor da letra de "Nordeste Independente", música gravada por Elba Ramalho, sucesso de público e de crítica.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

BICENTENÁRIO DE CAXIAS



Estava imaginando como iria homenagear Caxias nos seus 200 anos sem resvalar para o lugar-comum das saudações bajulatórias. Estava na rodoviária de Teresina, esperando um parente, quando resolvi comprar o jornal "Diário do Povo" para matar o tempo. Qual não foi minha surpresa ao me deparar com o texto do Prof. Fonseca Neto, historiador, professor do curso de História da UFPI e membro da Academia Caxiense de Letras.

Li com avidez e resolvi publicá-lo AQUI. Escaneei a página do jornal conforme manda o figurino. Pode ser utilizado como citação. Leiam e comentem!