quinta-feira, 24 de junho de 2010

GEOLOGIA DO MARANHÃO I


Retomamos a publicação dos textos do Atlas do Maranhão como havíamos feito anteriormente. A fonte é a mesma. Boa leitura.

GEOLOGIA DO MARANHÃO

A posição intracratônica do Meio-Norte (Maranhão – Piauí) favoreceu a formação de uma estrutura geológica sedimentar, constituindo vasta bacia cuja gênese está ligada as transgressões e regressões marinhas, combinadas com movimentos subsidentes e arqueamentos ocorridos desde o início do Paleozóico ao final do Mesozóico. Durante os movimentos negativos eram depositados sedimentos marinhos, acumulando-se arenitos, folhelhos e calcário, enquanto que durante os movimentos epirogênicos positivos depositaram-se sedimentos basálticos de origem continental.

Aguiar (1969) estudando a área concluiu que a Bacia Piauí - Maranhão, teve sua origem a partir da subsidência do “craton” ao longo de três eixos principais: o eixo Marajó de direção SE, infletindo depois para leste a partir do centro do Estado do Maranhão; outro eixo com direção SE passando próximo a Floriano e Santa Filomena e um terceiro com direção NE.

O ciclo de deposição marinha começou no Siluriano, continuando-se pelo Devoniano Inferior, Médio e Superior e terminou no Carbonífero Inferior com a Formação Poti que apresenta ao lado da fácies marinha, sedimentação continental. Essa parte da bacia sedimentar encontra-se em território piauiense, com muito pequena ocorrência da Formação Poti na região de Barão de Grajaú, no médio Parnaíba.

A parte maranhense da bacia corresponde ao Carbonífero Superior de fácies mista (marinha, lacustre, fluvial), ao Permiano predominantemente de fácies continental muito variável (Formação Pedra de Fogo) e ao Mesozóico, cujos sedimentos apresentam espessura variável. No período Triássico os depósitos continentais denunciam climas áridos ou semi-áridos.

No Juro-Cretáceo houve uma atividade ígnea ascenderam formando diques, derrames, “sills”, e pequenos lacolitos que deformaram localmente as camadas sedimentares. Ocorrem associados aos arenitos Sambaíba (Triássico) e se espalharam na parte central do geossinclinal, estendendo-se desde o oeste de Grajaú – Fortaleza do Nogueiras ao Tocantins. Tais ocorrências, por sua extensão, apresentam um interesse agrícola local devido à maior fertilidade de seus solos, quando comparada a dos demais do território maranhense.

Depois do período de atividade ígnea a deposição continental prosseguiu no centro – sul da bacia e a marinha começou nas partes central e noroeste (Formação Grajaú), continuando no Cretáceo Superior em áreas baixas do centro da bacia (Formação Codó).

Ainda durante o período Juro – Cretáceo movimentos tectônicos provocaram a formação de um “horst” de direção aproximada leste - oeste, denominado pelos geólogos Arco Ferrer- Urbano Santos, responsável pelos afloramentos de rochas pré-cambrianas, mais importantes na área do Gurupi, e pela fragmentação da grande bacia sedimentar, dando origem às bacias epicontinentais de São Luís e Barreirinhas.

A bacia de barreirinhas limita-se a oeste pelo “horst” de Rosário que a separa da bacia de São Luís; seu limite sul é dado pelo Arco Ferrer-Urbano Santos, estendendo-se em seguida para o oceano> sua espessura máxima é de 7.000 metros e ocupa uma área de 85.000 quilômetros quadrados, dos quais 75.000 são submersos.

No território maranhense tem-se do período Cenozóico (Plioceno – Pleisteceno) a extensa deposição de sedimentos continentais (Formação Barreiras) sobretudo, no nordeste do Estado e mantos detríticos areno-argilosos, recobrindo algumas pequenas áreas do centro sul do Estado.

O quaternário (Holoceno) é representado pelos depósitos litorâneos marinhos e depósitos eólicos, muito extensos na região de Barreirinhas - Humberto de Campos e por aluviões flúvio - marinhos do golfo maranhense e do estuário do rio Turiaçu.

As camadas sedimentares, de modo geral, se apresentam quase horizontais, com declives insignificantes para o norte, originado uma topografia tabular ou subtabular.

O sistema de falhas afeta, principalmente, a área meridional da Bacia do Maranhão, correspondente às formações permianas e triássicas e obedece às direções NW e NE. É um sistema incipiente quando comparado ao da Bacia do Paraná, pois não sofreu um tectonismo tão intenso.

Na área do Gurupi também é constatado um sistema de falhas, onde os esforços epirogênicos, provavelmente, reativaram antigas falhas originadas pelos movimentos responsáveis pela formação do Arco Ferrer – Urbano Santos.

As fraturas mais numerosas afetam, de forma indiscriminada, todas as formações geológicas até os terrenos terciários de Barreiras. Seguem direções variadas, influindo localmente na direção dos rios.

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