sexta-feira, 18 de setembro de 2009

TENDÊNCIAS RECENTES EM GEOMORFOLOGIA

Algumas das tendências significativas das últimas décadas são: 1) uma tendência para que a geomorfologia, ao menos nos EUA, seja mais geológica que geográfica como resultado de: a) um acréscimo da aplicação de outras fases da geologia nos estudos geomórficos, como por exemplo da mineralogia no estudo do intemperismo; de métodos estratigráficos em paleogeomorfolgia e as técnicas paleontológicas nos estudos dos depósitos glaciais; e b) um declínio do interesse do geógrafo pela geografia física, à medida que aumenta sua dedicação à geografia humana; 2) o desenvolvimento da geomorfologia regional, a qual tenta dividir os continentes em áreas de características e história geomórfica similares; 3) um reconhecimento crescente das aplicações práticas dos princípios geomórficos a campos tais como hidrogeologia, pedologia e geologia aplicada à engenharia; e 4) o alvorecer da etapa quantitativa e experimental com ensaios de aplicação das leis da hidrodinâmica para um conhecimento melhor dos processos geomórficos. Tanto nos Estados Unidos como em outros países, foram instalados laboratórios experimentais nos quais se tem tentado determinar com a maior precisão a aplicação das leis hidráulicas à ação das ondas, as correntes e os rios. Nestes laboratórios, os engenheiros têm realizado mais trabalhos que os geólogos, com o resultado de que o êxito de alguns trabalhos ainda não tenha sido compreendido em sua totalidade pelos geomorfólogos.

Ninguém põe em dúvida a necessidade de incrementar as tarefas quantitativas no campo da geomorfologia. Demasiadas conclusões foram deduzidas de dados quantitativos inadequados. Existe certo perigo, que deve ser reconhecido e previsto, nas exigências de alguns para uma geomorfologia quantitativa. Devemos tomar cuidado para que a geomorfologia não seja tragada pela matemática, a física e a química, que deixe de ser o estudo das formas do relevo terrestre. Às vezes, as formas e as equações elaboradas podem parecer um complemento à erudição, a uma discussão, mas contribuem pouco para a interpretação real das características descritas. Devemos evitar a idolatria da discussão matemática. Na realidade é questionável que os numerosos fatores variáveis envolvidos na origem das paisagens complexas possam alguma vez ser reduzidos a equações matemáticas. Como disse Baulig (1950), “as leis da geomorfologia são complexas, relativas e raramente suscetíveis de expressão numérica”. É de pensar que para o entendimento das discussões geomórficas jamais será o mais essencial o conhecimento da matemática, da física e da química que a avaliação cabal da litologia, da estrutura geológica, da estratigrafia, da história diastrófica e da influência climática.

FIM DO TEXTO.

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