GEOMORFOLOGIA DO QUATERNÁRIO
Josilda R. da Silva Moura
1. Quaternário: Período de Transformações Ambientais Recentes
O termo Quaternário foi proposto por Desnoyers (1829) para diferenciar os estratos identificados sobre os sedimentos do terciário da Bacia de Paris, sendo redefinido por Reboull (1833) para incluir todos os estratos caracterizados por vestígios de flora e fauna, cujos similares poderiam ainda hoje ser encontrados
O Quaternário é a última divisão do tempo geológico e considera-se que o mesmo tenha tido início há 2 milhões de anos estendendo-se até o presente. Divide-se em duas épocas: Pleistoceno e Holoceno.
Os mais importantes avanços no conhecimento do Quaternário puderam ser obtidos com o desenvolvimento do método de datação pelo Carbono 14 e com a investigações dos fundos oceânicos que possuem registro sedimentar não perturbado e bastante extenso e quase contínuo de todo este período.
A teoria de Milankovitch (1941) é a mais aceita para explicar a regularidade e a freqüência das oscilações climáticas quaternárias. Ela atribui essas variações climáticas a mudanças periódicas de magnitudes variadas na órbita e no eixo terrestre.
O reconhecimento estratigráfico dos depósitos sedimentares Quaternários, tem representado um desafio em nível de metodologia que os distinga com a necessária precisão.
O estabelecimento de uma litoestratigrafia (estudo histórico de um corpo rochoso) quaternária é dificultada pelo caráter fragmentário do seu registro deposicional, pela freqüente similaridade composicional e recorrência de fácies.
A proposição de unidade climatoestratigráficas, em função da reconhecida natureza climática do período em questão, foi considerada subjetiva demais (variações climáticas inferidas a partir do caráter sedimentológico, fósseis e solos). A exagerada ênfase climática dada à questão tem subestimado os demais processos.
Cada unidade aloestratigráfica definida representa um episódio sedimentar principal, produto de um evento de “instabilidade ambiental”, quando seriam produzidas mudanças efetivas na paisagem.
Paleossolos são indicadores favoráveis, pelo menos em escala regional, à subdivisão e correlação de seqüências sedimentares quaternárias.
Unidades pedoestratigráficas:
“São solos cujas características físicas e relações estratigráficas asseguram seu reconhecimento e mapeamento como tal” (Mendes, 1971) .
“Corpos rochosos constituídos por um ou mais horizontes pedológicos desenvolvidos em uma ou mais unidades litoestratigráfica, aloestratigráficas ou litodêmicas, e que estão recobertos por uma ou mais unidades lito ou aloestratigráficas formalmente definidas” (N.A.C.S.N, 1983)
“Pedoderma (Cód. Estrat. Australiano)– unidade de cobertura de solo mapeável, parcialmente truncada ou inteira, situada na superfície ou enterrada total ou parcialmente, que possui características físicas e relações estratigráficas que permitem reconhecimento e mapeamento consistentes”.
A estratigrafia do solo é uma poderosa aliada na determinação mais segura da seqüência os eventos ocorridos no Quaternário.
No século atual as primeira tentativas de interpretação da evolução das paisagens do sudeste do Brasil fundamentaram-se em concepções dedutivas.
Mais tarde verifica-se uma preocupação com a delimitação dos grande domínios morfoclimáticos atuais e sua comparação com os testemunhos da evolução quaternária.
As formas topográficas chamadas terraços representaram os principais indicadores cronológicos para o estabelecimento da estratigrafia dos corpos aluviais de ocorrência fragmentária.
Nos últimos anos foram realizadas tentativas de estudo da gênese e da estratigrafia dos depósitos coluviais quaternários do planalto sudeste do Brasil .
Considerando que as seqüências deposicionais constituem o único registro material da história evolutiva, a associação entre forma e depósito configura-se como instrumento imprescindível para a interpretação da dinâmica ambiental.
As feições geométricas e a distribuição espacial das unidades deposicionais constituem o produto da evolução da paisagem, representando o principal fator condicionante da distribuição dos processos atuais.
4 comentários:
Olá professor Assis, navegando pela internet encontrei seu blog.Gostei muito do conteúdo.Não sabia que o senhor tinha um blog:agora vou visitar sempre que puder e usá-lo como suporte em meu aprendizado.Não sei se vc está lembrado de mim, mas fui seu aluno na UEMA, nas aulas de Cartografia e Geologia Aplicada a Geografia.
Passei dois periodos afastados por problemas de saúde, mas já estou de volta.Espero poder, o mais rápido possivel, pegar umas aulas com o senhor mas por enquanto: vou lendo blog kkkkkkkkk.Abração.
Ai vai meu e-mail caso tenha alguma dica de leitura para mim pois será bem-vinda.
Antonielgomessp@r7.com ou Antoniel_cx@hotmail.com
muito bom, salvou minha prova de geologia de amanha, obrigado.
Muito útil!!!!
abraços
Obrigado pelos comentários.
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